Incineração de lixo

Geração de energia a partir de lixo na região metropolitana do RJ pode atrair até R$ 25 bi, diz associação

Cerca de 80% de toda a demanda de energia elétrica do setor público do estado poderia ser suprida pela energia gerada por 25 usinas de recuperação energética

Usina de Recuperação Energética (URE) CopenHill, localizada em Copenhague, Dinamarca | Foto Divulgação Copenhill
Usina de Recuperação Energética (URE) CopenHill, localizada em Copenhague, Dinamarca | Foto Divulgação Copenhill

LYON (FR) — A geração de energia elétrica a partir da incineração do lixo urbano na região metropolitana do Rio de Janeiro pode atrair até R$ 25 bilhões em investimentos e gerar 25 mil postos de trabalho diretos e indiretos, segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia de Resíduos (Abren).

Segundo a instituição, a região está entre as com maior potencial de geração de energia dessa forma. Ela poderia receber até 25 usinas de recuperação energética (URE), que incineram o lixo para transformá-lo em energia. Juntas, elas teriam potência instalada acima de 468 megawatts (MW) e produção de 3,7 TWh/ano de energia. 

Essa quantidade poderia suprir cerca de 80% de toda a demanda de energia elétrica do setor público do estado, além de permitir a arrecadação de R$ 28 bilhões em tributos durante o período de operação da usina, que é estimado em 40 anos.

A Abren afirma ainda que a instalação de UREs colaboraria com a economia circular, já que auxiliaria na gestão dos recursos naturais e otimizaria a reciclagem.

“Essas usinas, que oferecem diversos benefícios ambientais, também são consideradas mundialmente a solução mais adequada para resolver o problema dos resíduos sólidos urbanos.”, comenta, em nota, o presidente da Abren, Yuri Schmitke.

Além disso, as usinas poderiam evitar a emissão de 413 milhões de toneladas de gases do efeito estufa (GEE) e recuperar 8,8 milhões de toneladas de metais ferrosos e não ferrosos.

A região produz quase 17 mil toneladas de lixo por dia, segundo o Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Em 40 anos, esse volume ocuparia uma área em aterros sanitários equivalente a mais de 159 estádios do Maracanã, de acordo com a associação.

“O tratamento adequado do lixo evitaria gastos da ordem de R$ 9,6 bilhões para a saúde pública, relacionados a doenças causadas pela exposição dos cidadãos a condições insalubres de lixões, além de mitigar os gastos com danos ambientais provenientes do armazenamento inadequado de resíduos, estimados em R$ 14,8 bilhões.”, disse Schmitke. 

Segundo a instituição, as UREs poderiam ser viabilizadas por consórcio entre os municípios da região, conforme previsto no novo Marco Legal do Saneamento (Lei nº 14.026/2020). 

Os resíduos sólidos urbanos poderiam, ainda, ser transformados em Combustível de Derivado de Resíduos Sólidos Urbanos (CDRU) e serem utilizados, no lugar dos fósseis, em fábricas de cimento. A projeção da associação é que haveria redução da importação de mais de 45.000 t/ano de coque de petróleo e a região poderia receber investimentos de até R$ 220 milhões.

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