De volta ao Acordo de Paris, os EUA precisam investir US$ 2,5 trilhões em fontes de energia renováveis, para alcançar suas metas de descarbonização até 2050, segundo estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Princeton.
Batizado de Net-Zero America (.pdf), a pesquisa desenvolvida ao longo de dois anos conclui traçou um cenário de investimentos e custos para esta transição nos próximos dez anos.
Os consumidores pagariam esse investimento gradualmente até 2030. Os gastos anuais de energia dos EUA aumentariam menos de 3% no mesmo período, sem precisar mexer nos US$ 9,4 trilhões já estimados com gastos correntes em energia nesta década.
“A transição é acessível, se fizermos direito. Mas existem grandes mudanças que precisamos para chegar lá”, afirmou um dos autores do estudo, Eric Larson, durante webinar promovido este mês pela Fapesp Shell Research Centre for Gas Innovation (RCGI).
“As decisões de investimento devem começar agora, com os níveis de investimentos aumentando ao longo da transição”, afirmam os pesquisadores.
A conclusão vai de encontro às recentes políticas de transição energética adotadas pelo novo presidente americano, Joe Biden, que prevê US$ 2 trilhões em projetos de energia limpa nos setores de infraestrutura, transporte e construção.
O estudo ainda conclui que a transição energética poderia reduzir a poluição do ar a níveis capazes de prevenir entre 200 e 300 mil mortes prematuras nos próximos 30 anos, evitando perdas econômicas de US$ 2 trilhões a US $ 3 trilhões.
Além disso, na próxima década, seria possível adicionar até um milhão de novos empregos.
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Cinco cenários
O estudo define cinco possíveis cenários de descarbonização, levando em conta diferentes avanços na eletrificação de transportes e edifícios, geração solar e eólica, e utilização de biomassa para energia, ao longo das próximas décadas.
O uso de carvão praticamente desaparece em 2030 em todos os cenários. No geral, os combustíveis fósseis no mix de energia primária diminuem de 62% a 100% de 2020 a 2050. Petróleo e gás caem de 56% a 100%.
“A demanda de petróleo tem diminuído lentamente (…) Agora com a nova administração (Biden), estamos implantando os padrões de economia de combustível, e acho que continuaremos em declínio, principalmente com a entrada em uma economia de zero carbono, que é o objetivo da administração agora. Não há nenhuma direção em que o óleo possa ir além de para baixo”, disse Eric Larson.
Segundo ele, para cumprir as metas de carbono zero, os EUA precisariam adicionar uma média de 60.000 megawatts de geração eólica e solar por ano, durante uma década, e expandir seus sistemas de transmissão em 60% até 2030 , ou triplicá-los até 2050, para fornecer eletricidade renovável.
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