G20

Documento de subsídio ao G20 aborda combustíveis sustentáveis, CCS e financiamento

Declaração deixa de lado combustíveis fósseis e defende "vários caminhos" para transição energética

Documento de subsídio ao G20 destaca combustíveis sustentáveis de baixo carbono, CCS e financiamento climático. Na imagem: Ministros de países membros da Clean Energy Ministerial e Mission Innovation (CEM/MI), em Foz do Iguaçu (PR), em 4/10/2024 (Foto Ascom MME)
Ministros de países membros da Clean Energy Ministerial e Mission Innovation – CEM/MI, em Foz do Iguaçu/PR, em 4 de outubro | Foto Ascom MME)

FOZ DO IGUAÇU (PR) – Vinte e oito países além da União Europeia concordaram nesta quinta (3/10) com um Chamado à Ação para Soluções de Sistemas de Energia, delineando o que pode ser feito para progredir em direção aos objetivos globais de triplicar as energias renováveis e dobrar a eficiência energética até 2030.

Em uma declaração divulgada no encerramento da CEM15/MI9, ministros de países como Austrália, China, Chile, Índia e África do Sul, além dos europeus que integram a iniciativa, se comprometem a acelerar transições energéticas limpas, sustentáveis, justas, acessíveis e inclusivas, seguindo vários caminhos.

A Clean Energy Ministerial (CEM) e a Mission Innovation (MI) são eventos paralelos do GT de transições energéticas do G20 e a declaração final é um documento para subsidiar discussões do fórum.

Há ainda a previsão de uma Declaração de Ministros do G20 de transições energéticas a ser divulgada nesta sexta (4/10), consolidando os resultados do diálogo ministerial.

O comunicado (.pdf) do CEM/MI traz alguns indicativos do que esperar das conclusões dos trabalhos do GT.

Uma prioridade para o Brasil, que preside o G20 este ano, os biocombustíveis ganharam um plano de ação.

“O Brasil, como anfitrião do CEM15 / MI-9 e da Presidência do G20 em 2024, lançou o Plano de Ação para Combustíveis do Futuro para aproveitar as capacidades das iniciativas do CEM e explorar a colaboração com as Missões do MI para promover a inovação e o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis do futuro”, diz o documento.

O país também oficializa sua intenção de fazer dos combustíveis sustentáveis – e da colaboração CEM/MI através do Plano de Ação – uma prioridade na COP30, que também será presidida pelo Brasil em 2025.

O texto não aborda combustíveis fósseis, mas lista entre as ações o lançamento da Campanha Gt até 2030, um esforço conjunto da Iniciativa de Captura, Utilização e Armazenamento de Carbono do CEM e da Missão de Remoção de Dióxido de Carbono do MI, para apoiar a aceleração de soluções de gestão de carbono em escala de gigatoneladas até 2030.

Ao mesmo tempo, enfatiza que financiamento, capacitação e transferência de tecnologia são fatores críticos para a ação climática. São questões que o Brasil tem cobrado de países ricos, com apoio de nações do Sul Global que querem investimentos para se industrializar.

“Estamos trabalhando com urgência para entregar resultados ambiciosos até 2030, para implementar as metas globais adotadas na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e fazê-lo em apoio às nossas metas do ODS7 e metas de longo prazo”, diz o documento.