Bio SP

Decreto municipal introduz biometano no transporte público de São Paulo

Em meio a uma crise com a Enel, a prefeitura tem indicado que os ônibus a gás renovável são uma alternativa para acelerar a transição da frota

Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, anuncia à imprensa pacote de medidas de combate à dengue, em 13 de março de 2024 (Foto Flickr Ricardo Nunes)
Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, durante conversa com jornalistas, em 13 de março de 2024 (Foto Flickr Ricardo Nunes)

BRASÍLIA e SÃO PAULO — O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), assinou nesta terça (2/9), o decreto que institui o programa Bio SP, com regras para aquisição de biometano e sua incorporação progressiva à frota de transporte público e de veículos de coleta da cidade.

A assinatura ocorreu durante o 12º Fórum do Biogás, promovido pela Associação Brasileira do Biogás (ABiogás).

Segundo a prefeitura, o decreto é um passo decisivo para a substituição de ônibus e caminhões a diesel por modelos movidos a combustíveis renováveis e menos poluentes.

“É fundamental avançar na substituição dos ônibus e caminhões a diesel por veículos movidos a energia limpa, seja biometano ou eletricidade”, disse Nunes durante a assinatura do decreto.

De acordo com o Programa de Metas de 2025 a 2028, a capital paulista deve substituir 2,2 mil ônibus movidos a diesel por alternativas mais limpas. É uma revisão para baixo da ambição anterior, que previa a substituição de 20% da frota.

No final de julho, durante a entrega de 120 novos ônibus elétricos para o transporte público da cidade, Nunes anunciou que preparava uma chamada pública para o biometano.

Em meio a uma crise com a Enel, a prefeitura tem indicado que os ônibus a gás renovável são uma alternativa para acelerar a transição da frota, sem depender exclusivamente da eletrificação.

“Temos um problema muito sério, que não tivemos a sorte de uma empresa que fornece a energia para nós, que é a Enel, que pudesse dar a infraestrutura necessária para as garagens abastecerem seus ônibus”, criticou o prefeito nesta terça.

É também uma forma de aproveitar o potencial de biometano de resíduos urbanos da cidade, e do setor sucroenergético do estado.

“Aí a gente vem com essa alternativa de uso do gás. Os estudos da SPTrans têm mostrado a viabilidade e as conversas e negociações com a indústria e o setor de produção [também]”, completou Nunes.

Atualmente, o combustível utilizado nos 125 caminhões da coleta é produzido nos próprios aterros municipais. A meta é de que mais de 600 caminhões da frota de coleta ainda movidos a diesel sejam substituídos até 2027.

“Mas será necessário ampliarmos a aquisição junto ao setor privado para abastecer a frota municipal”, disse Nunes.

A ABiogás estima que apenas os resíduos produzidos na cidade de São Paulo poderiam substituir 50% do diesel consumido pelo transporte público municipal.

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias