Transição justa

Transição energética e industrial deve respeitar contextos regionais, indica quarta carta da COP30

Documento é focado na implementação do Balanço Global do Acordo de Paris; objetivos para setor de energia, indústria e transporte incluem triplicar renováveis

Conteúdo Especial

Embaixador e presidente da COP30, André Corrêa do Lago, durante coletiva à imprensa no Palácio do Planalto, em 21 de janeiro de 2025 (Foto Fernando Donasci/MMA)
Embaixador e presidente da COP30, André Corrêa do Lago, durante coletiva à imprensa no Palácio do Planalto (Foto Fernando Donasci/MMA)

LYON (FR) — A transição energética industrial deve respeitar as circunstâncias regionais, indica a quarta carta (.pdf) da presidência brasileira da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), publicada nesta sexta (20/6).

“A natureza multifacetada do desafio climático exige que soluções inovadoras sejam adaptadas de acordo com as circunstâncias regionais, nacionais e locais, de forma a beneficiar mais comunidades e países”, afirma o documento.

Na primeira carta, a presidência propôs um “mutirão” global contra a mudança do clima, ao mesmo tempo em que reforçou a visão brasileira sobre transição justa. Enquanto na segunda, defendeu um novo modelo de governança a partir de “círculos de liderança”.

Em maio, a terceira carta trouxe a primeira menção explícita de uma agenda para a transição dos combustíveis fósseis.

Agora, o novo documento lista agenda de ações prioritárias da conferência, conforme antecipado pela agência eixos. E defende que a implementação das iniciativas deve ter flexibilidade para diferentes contextos geográficos, econômicos e sociais.

A mensagem é focada na implementação do Balanço Global do Acordo de Paris (GST, do inglês, Global Stocktake), um processo que avalia a resposta do mundo à crise climática a cada cinco anos. O primeiro foi realizado há dois anos, durante a COP28, em Dubai.

Entre as conclusões do GST está que as metas atuais não são suficientes para limitar o aquecimento global a 1,5° C, mesmo com a melhora na previsão de aumento das temperaturas globais para entre 2,4°C e 2,6°C até o final do século, em comparação com 3,7°C e 4,8°C em 2010.

A agenda da COP30 estabelece seis eixos temáticos para apoiar a implementação do GST:

  • Transição nos setores de energia, indústria e transporte; 
  • Gestão sustentável de florestas, oceanos e biodiversidade; 
  • Transformação da agricultura e sistemas alimentares;
  • Construção de resiliência em cidades, infraestrutura e água; 
  • Promoção do desenvolvimento humano e social; 
  • Catalisadores e aceleradores, incluindo financiamento, tecnologia e capacitação (eixo transversal).

Objetivos da COP30 para o setor de energia

Dentre os trinta objetivos-chave identificados para os seis eixos, quatro dizem respeito aos setores de energia, indústria e transporte: 

  • Triplicar renováveis e duplicar eficiência energética; 
  • Aceleração de tecnologias de zero e baixas emissões em setores de difícil descarbonização
  • Assegurar o acesso universal a energia; 
  • Transição para o afastamento dos combustíveis fósseis, de forma justa, ordenada e equitativa.

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