COP29

Sete maiores emissores de metano de resíduos se comprometem com metas de mitigação

Na COP29, 35 países assinaram Declaração de Redução de Metano de Resíduos Orgânicos

Sete maiores emissores de metano de resíduos se comprometem com metas de mitigação
Foto: UN Climate Change/Kiara Worth

BRASÍLIA — Sete dos dez maiores emissores de metano de resíduos orgânicos assinaram, na última terça (19/11), um compromisso para incluir em suas políticas climáticas metas quantificadas de redução de metano em sistemas de resíduos e alimentos. O Brasil entre eles.

A assinatura da Declaração de Redução de Metano de Resíduos Orgânicos ocorreu durante a cúpula climática COP29, que ocorre até a próxima sexta (22) em Baku, capital do Azerbaijão.

No momento do lançamento da campanha, os 35 signatários representavam 47% das emissões globais de metano de resíduos orgânicos.

Ao assinar o documento, essas nações declaram compromisso de definir metas setoriais para reduzir o metano de resíduos orgânicos dentro das próximas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).

O Brasil afirma que já fez isso na NDC que entregou às Nações Unidas no início da semana passada. A meta climática brasileira no horizonte até 2035 afirma abrangência sobre toda a economia e todos os gases de efeito estufa, o que inclui o metano. O detalhamento, no entanto, está previsto para o primeiro semestre do ano que vem, quando o governo espera concluir o Plano Clima.

Compromisso global de metano

A declaração busca apoiar o Global Methane Pledge, lançado em 2021 na COP26 de Glasgow, com a meta global de redução das emissões de metano em pelo menos 30% abaixo dos níveis de 2020 até 2030.

Os resíduos orgânicos são a terceira maior fonte de emissões antropogênicas de metano, atrás da agricultura e dos combustíveis fósseis. Só o desperdício de alimentos é responsável por quase 10% do total de emissões anuais de gases de efeito estufa.

“Considerando que mais de 50% dos resíduos sólidos urbanos são resíduos orgânicos que emitem metano, e quase 1/3 de todos os alimentos produzidos são perdidos ou desperdiçados a cada ano, esta declaração ajudará a aumentar a ambição na prevenção, coleta separada e melhor gestão de resíduos orgânicos, inclusive por meio de metas na próxima rodada de planos climáticos dos países, cooperação em todos os níveis de governo e finanças, ajudando-nos a manter os alimentos fora dos aterros sanitários”, explica Martina Otto, chefe do Secretariado da Coalizão Clima e Ar Limpo (CCAC, em inglês) convocada pelo Pnuma.