PARIS — O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, disse nesta quinta (5/6) que a agenda de ações para implementação dos compromissos climáticos assumidos em conferências passadas deve ter a primeira versão publicada na próxima semana.
Será a quarta carta publicada pela presidência da 30ª Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas, marcada para ocorrer em Belém (PA), nos dias 10 a 21 de novembro de 2025.
De acordo com Côrrea do Lago, o documento segue, o máximo possível, a linguagem do Global Stocktake (GST), balanço global utilizado para monitorar a implementação do Acordo de Paris. Ele terá seis colunas temáticas, sendo uma transversal. São elas:
- Energia, indústria e transporte;
- Florestas, oceanos e água;
- Cidades;
- Sistemas alimentares;
- Dimensão social da transição;
- Financiamento e tecnologia, que é o tema transversal.
“Acredito que a agenda de ação vai atrair muito mais atenção da imprensa e do público em geral do que dos próprios negociadores. Porque as pessoas (…) estão bastante cansadas das negociações”, disse o embaixador durante o Sustainable Business (SB COP) Summit Paris. O evento ocorre em paralelo à visita oficial do presidente Lula à França.
“As pessoas querem ver os resultados das negociações. Por isso queremos ter essa coluna para mostrar. E o resultado da negociação obviamente vai tocar na questão do financiamento, que é absolutamente essencial”, completou.
Os países em desenvolvimento reivindicam financiamento de US$ 1,3 trilhão anuais, até 2035. Na COP29, no Azerbaijão, foi estabelecido que os países ricos forneceriam, pelo menos, US$ 300 bilhões. Os dois países devem elaborar juntos um relatório de como alcançar a meta.
Maior participação do setor privado
Corrêa do Lago também afirmou que o setor privado terá a maior participação da história na COP30.
Ele aponta que a COP foi criada para ser um encontro de países, os quais lideram as negociações. Entretanto, antes da participação, cada país faz um longo processo de consulta para entender os interesses de diversos setores da sociedade, incluindo a indústria.
“Após todos esses anos, nós concluímos que esse processo foi muito bom para negociações (…) mas há uma enorme frustração na implementação”.
Por isso, essa COP se concentrará em quem atua na implementação, que é o setor privado, de acordo com o embaixador.
Apesar de outras COPs também terem buscado avançar na implementação, o presidente considera que nos outros eventos isso não ocorreu porque não havia a documentação robusta para atuar. Ele acredita que agora há.