BRASÍLIA — O presidente chinês Xi Jinping anunciou nesta quarta (24/9), que o país planeja reduzir suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) entre 7% e 10% até 2035 em relação ao pico, apoiada em uma expansão significativa da capacidade de geração renovável.
A China promete emissões líquidas zero até 2060.
O anúncio da atualização da Contribuição Nacionalmente Determinada chinesa (NDC, em inglês) ocorreu por videoconferência na Cúpula do Clima das Nações Unidas em Nova York.
Chega a menos de 50 dias da COP30, marcada para novembro em Belém (PA), quando mais de 190 países precisarão apresentar suas NDCs atualizadas.
De acordo com Xi, os planos incluem alcançar mais de 30% de fontes não fósseis no consumo total de energia e expandir a capacidade de energia eólica e solar para mais de seis vezes o nível de 2020, chegando a 3.600 GW.
O volume significa dobrar a capacidade atual. Em março de 2025, o país somava 1.482 GW dessas fontes, ultrapassando o carvão.
A estratégia inclui ainda:
- aumentar o volume total do estoque florestal para mais de 24 bilhões de metros cúbicos;
- tornar os veículos de nova energia (elétricos e biocombustíveis) a principal fonte de vendas de veículos novos;
- expandir o Mercado Nacional de Comércio de Emissões de Carbono para cobrir os principais setores de alta emissão;
- e estabelecer uma sociedade adaptável ao clima.
Gigante em emissões e em renováveis
A atualização da NDC chinesa ficou bem abaixo dos 30% de redução indicados por cientistas climáticos como necessários para alinhar à meta do Acordo de Paris, de limitar o aquecimento do planeta a 1,5ºC.
O maior emissor global de GEE tem o histórico, no entanto, de assumir compromissos modestos e superá-los antes do prazo.
A NDC anterior prometia apenas atingir o pico de emissões antes de 2030 — o que pode ter ocorrido em 2023 — e a medir as reduções em relação ao crescimento econômico.
Assim como a meta para energia renovável até 2030, estabelecida em 2020, foi cumprida seis anos antes do previsto. (Bloomberg)