BELÉM — O Brasil está propondo que a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) deixe como legado mapas de ação para combater a crise climática, como acelerar a transição energética e acabar com desmatamento legal, discursou o vice-presidente e ministro, Geraldo Alckmin (PSB), nesta segunda (17/11).
Alckmin participou nesta manhã da plenária de Alto Nível que marca o início da segunda semana de negociações da cúpula do clima. Até o momento, 116 partes apresentaram as atualizações das suas contribuições nacionalmente determinadas ao Acordo de Paris (NDC, em inglês).
No sábado, o presidente da COP30, André Correa do Lago, relatou já há tópicos aprovados na agenda de 145 pontos, e que 15 deles avançaram e tópicos da agenda (de 145) avançaram para serem convertidos em decisões até sexta-feira (21), quando está previsto o encerramento da COP30.
Um deles é o que trata da transição justa. Tema que entrou no discurso de Alckmin.
“O Brasil propõe que a COP30 deixe como legado mapas de ação integrados na aceleração da transição energética para sair da dependência dos combustíveis fósseis”, disse o vice-presidente aos ministros de clima nesta segunda.
Ele citou as metas de triplicar a capacidade de renováveis e dobrar a eficiência energética até 2030 assumidas em 2023, na COP28, de Dubai, e defendeu a proposta brasileira para quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035.
“Essa data está logo ali, mas os dados mostram que a capacidade renovável hoje ainda é a metade do que seria necessária. Da mesma forma, o compromisso de Belém, para quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035. Vinte e cinco países já se juntaram ao esforço”.
Combate ao desmatamento ilegal
Outro roteiro indicado pelo Brasil é para acabar com o desmatamento ilegal, compromisso assumido domesticamente pelo governo Lula (PT).
“Já reduzimos, no Brasil, o desmatamento em 50%, mas temos que fazer mais. Ideias inovadoras como o TFFF (fundo de florestas tropicais) podem contribuir concretamente para chegar ao objetivo”, disse Alckmin.
Ele defendeu valorização da floresta, com foco em bioeconomia e recuperação de áreas degradadas, além de cooperação entre governos, empresas e comunidades locais.
“A COP30 marca agora a transição do regime da negociação para a implementação. As várias decisões que sairão de Belém reforçarão mecanismos e estimularão novos arranjos para estimular a ação de combate à mudança climática em escala global”, completou.