Bioenergia

Brasil pode criar 760 mil novos empregos em bioenergia até 2030, apontam Schneider Electric e Systemiq

País já concentra cerca de 26% da força de trabalho global da bioenergia, com 1,16 milhão de trabalhadores

Instalações de usina de etanol de milho FS Bioenergia (Foto Mayke Toscano/Secom-MT)
Usina de etanol de milho FS Bioenergia (Foto Mayke Toscano/Secom-MT)

S. JOSÉ DO RIO PRETO — O Brasil pode criar até 760 mil empregos em bioenergia até 2030, segundo o estudo Preparando a Força de Trabalho do Brasil para uma Economia Desfosilizada, da Schneider Electric com a Systemiq.

O número representa um aumento de 63% em relação à quantidade atual. De acordo com dados da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena, em inglês), o país já concentra cerca de 26% da força de trabalho global da bioenergia, com 1,16 milhão de trabalhadores distribuídos entre a produção de insumos agrícolas, plantas industriais e logística. 

Segundo o estudo, o Brasil está em uma posição estratégica para liderar a produção de combustíveis de baixo carbono, como etanol, biodiesel, biometano e combustível sustentável de aviação (SAF).

O levantamento indica, ainda, uma demanda por moléculas de carbono, principalmente em setores de difícil descarbonização. A projeção é que a bioenergia deve quase triplicar sua participação na matriz global até 2050, passando de 7% para cerca de 18%.

O Brasil pode liderar essa transição, com base agrícola robusta e grandes extensões de terras degradadas, de acordo com a análise.

“Este estudo mostra que a descarbonização é mais do que uma agenda ambiental— trata-se de um caminho para fortalecer a competitividade do Brasil no longo prazo”, disse o presidente da Schneider Electric para a América do Sul, Rafael Segrera, em nota.

“Os dados indicam que, cada novo emprego direto na cadeia da bioenergia pode gerar até três postos indiretos em setores como transporte e manutenção (…) A transição energética será vencedora se for também uma transição justa e isso começa com a capacitação das pessoas”, acrescentou.

O estudo aponta que um gargalo para o avanço da bioenergia é a falta de mão de obra qualificada.

Segundo a Schneider, até 2030 será necessário qualificar cerca de 450 mil novos profissionais, dos quais 75 mil são técnicos e engenheiros que devem receber treinamento em tecnologias digitais e eficiência energética.

Outros 380 mil trabalhadores precisarão de reciclagem e formação técnica básica, especialmente em segmentos de produção agrícola e logística.

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