Fundo verde

BNDES disponibiliza R$ 5 bi para fundos de transição energética e conservação

Edital vai financiar fundos verdes com investimentos públicos e privados de até R$ 18 bilhões

Aloísio Mercadante participa de coletiva durante reunião do CNDI, no Palácio do Planalto, em 22 de janeiro de 2024 (Foto Gabriel Lemes/MDIC)
Aloísio Mercadante participa de coletiva durante reunião do CNDI, no Palácio do Planalto, em 22 de janeiro de 2024 (Foto Gabriel Lemes/MDIC)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou na segunda-feira (1º/9) um edital orçamento de até R$ 5 bilhões para fundos de investimento verdes.

A Chamada de Clima integra retomada investimento em renda variável e pretende atrair R$ 13 bilhões em capital privado, totalizando R$ 18 bilhões para projetos de descarbonização de processos industriais, transição energética, infraestrutura climática, agricultura sustentável, restauração ecológica, reflorestamento e conservação florestal.

De acordo com o BNDES, a iniciativa faz parte da estratégia de retomada de investimentos da BNDES Participações S.A. (BNDESPar), subsidiária integral do banco, em fundos de renda variável.

Serão aceitas propostas de dois tipos de fundos, já existentes ou criados para este fim: Fundos de Equity e Fundos de Crédito.

As inscrições ficam abertas até 20 de outubro de 2025, com possibilidade de participação de investidores estrangeiros. O resultado será divulgado em janeiro de 2026.

Fundos de equity e crédito

O edital prevê a seleção de até cinco fundos de equity, com aporte total do BNDES de até R$ 4 bilhões.

Destes, até três atuarão na Modalidade de Apoio de Transformação Ecológica, englobando transição energética, tecnologia para agricultura verde e descarbonização.

Além disso, até dois poderão ser enquadrados na Modalidade de Apoio de Soluções Baseadas na Natureza, voltada a reflorestamento, agroflorestas, manejo florestal sustentável, silvicultura regenerativa e preservação de ecossistemas e biodiversidade.

Nos fundos de crédito, serão escolhidos até dois fundos em cada modalidade, somando aporte do banco de até R$ 1 bilhão.

Segundo o o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, esta é a maior chamada pública voltada a fundos da história do banco de fomento e tem potencial de transformar a carteira de fundos da instituição.

“Com essa iniciativa, o Banco se posiciona como investidor-âncora, induzindo a participação de investidores privados em setores estratégicos para o desenvolvimento sustentável, para agenda climática e para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros, além de contribuir com o desenvolvimento do mercado de capitais no país”, afirma.

Participações

Nos fundos de equity, a participação da BNDESPar será de até 25% do capital comprometido, com limite de subscrição de R$ 1 bilhão por fundo na modalidade de transformação ecológica e de até R$ 500 milhões na modalidade de soluções baseadas na natureza.

Nos fundos de crédito, a BNDESPar terá participação de até 50% do capital, com aporte máximo de R$ 500 milhões por fundo, independentemente da modalidade.

Os fundos de equity funcionarão como fundos de investimento em participações (FIPs), alocando recursos em instrumentos representativos de participação no capital das empresas investidas, como ações, bônus de subscrição e debêntures conversíveis em ações.

Já os fundos de crédito aplicarão recursos em títulos de crédito ou outros direitos creditórios, incluindo fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs), cadeias produtivas do agronegócio (Fiagro) e outros instrumentos financeiros.

De acordo com o anúncio do BNDES, a atuação via fundos amplia o acesso das empresas a capital e crédito de longo prazo, estimula melhorias de gestão e dinamiza o mercado de capitais.

Além disso, permite compartilhar riscos entre diferentes agentes econômicos e multiplicar o impacto dos investimentos.

Atualmente, o capital comprometido do banco em fundos de participação e crédito soma R$ 8,4 bilhões, que, junto a recursos de outros investidores, alcançam cerca de R$ 36 bilhões, resultando em alavancagem de três vezes o capital comprometido.

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