Eletromobilidade

BNDES aprova R$ 94,8 milhões para aquisição de 87 ônibus elétricos em São Paulo

R$ 45 milhões são do Fundo Clima e vão financiar eletrificação do transporte público

Lançamento da nova frota de ônibus elétricos da cidade de São Paulo, em 18/9/2023 (Foto André Bueno/Rede Câmara SP)
Lançamento da nova frota de ônibus elétricos da cidade de São Paulo | Foto André Bueno/Rede Câmara SP

BRASÍLIA – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou, na sexta (20/12), R$ 94,8 milhões para a MobiBrasil adquirir 87 ônibus elétricos que entrarão para a frota do transporte coletivo da cidade de São Paulo (SP).

É primeira operação de financiamento com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), no valor de R$ 49,8 milhões. Outros R$ 45 milhões serão aportes do Fundo Clima.

Em outubro deste ano, o BNDES recebeu autorização da Caixa Econômica Federal para atuar como agente financeiro do FGTS. Ao todo, o banco contará com até R$ 12 bilhões para financiar projetos de saneamento ambiental e mobilidade urbana.

Neste mês, foi aprovado o primeiro programa que operacionalizou o uso dos recursos do FGTS, o BNDES Pró-Transporte Refrota, destinado a aquisição de veículos de transporte público coletivo.

“Com essa nova modalidade de financiamento, fruto da parceria do BNDES com a Caixa, vamos promover a melhoria da mobilidade urbana nas cidades brasileiras, por meio de investimentos em veículos de transporte público coletivo que contribuam para o processo de descarbonização”, explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

“Os ônibus elétricos são veículos com vida útil 50% maior do que um veículo a diesel e com custo de energia elétrica por quilômetro 70% menor do que o custo do diesel por quilômetro”, completa.

Em novembro, o BNDES assinou contrato com a Prefeitura de São Paulo, no valor de R$ 2,5 bilhões para a aquisição de 1.300 ônibus elétricos de fabricação nacional. O projeto também evita a emissão 2,7 milhões tCO2eq ao longo de toda a sua vida útil (15 anos).

A capital paulista tinha meta de integrar 2,6 mil ônibus elétricos ao serviço de transporte público em 2024, como parte da substituição da frota por veículos menos poluentes prevista na legislação climática municipal. Mas até setembro o número de veículos em circulação era 207.

Vereadores querem flexibilizar eletrificação

Na última quarta (18/12), a Câmara Municipal de São Paulo aprovou o projeto de lei 825/2024, do vereador Milton Leite (União), que libera as empresas para adquirirem ônibus a diesel, para substituir até metade de sua frota, caso eles sejam menos poluentes do que os atuais – mas não define um percentual de corte de emissões nem um prazo.

Essas aquisições ocorrerão “excepcionalmente, durante o prazo de implantação dos projetos” de infraestrutura.

O PL ainda precisa da sanção do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Em declaração a jornalistas após a aprovação do texto, Nunes disse que a prioridade é continuar comprando ônibus elétricos para a renovação da frota da cidade.

Os vereadores também retiraram meta intermediária de substituição dos ônibus do transporte público para tecnologias de baixo carbono e definiram prazos para que concessionárias de energia elétrica e gás da capital paulista forneçam infraestrutura de abastecimento.

Esta última medida afeta Enel (eletricidade) e Comgás (distribuidora de gás natural), que estão sujeitas a regulações federal e estadual, respectivamente.

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