BRASÍLIA — Bancos multilaterais de desenvolvimento (MDBs, em inglês) forneceram um recorde de US$ 137 bilhões em financiamento climático em 2024, um aumento de 10% em relação ao ano anterior, com a maior parte direcionada a países de renda média e baixa.
Foram US$ 85,1 bilhões destinados a países emergentes e em desenvolvimento, liderados pelo Banco Mundial (US$ 41,1 bilhões), Asian Development Bank (US$ 12,2 bilhões), Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento (US$ 8 bilhões), BID (US$ 5,6 bilhões), African Development Bank (US$ 5,5 bilhões) e Asian Infrastructure
Investment Bank (US$ 5,2 bilhões).
Os dados são de um relatório conjunto dos MDBs publicado na terça (9/9). A intenção do levantamento é subsidiar discussões sobre o apoio a ações de mitigação e adaptação na COP30, marcada para novembro em Belém (PA).
De acordo com o documento, o financiamento climático nesses países mais que dobrou nos últimos cinco anos e aumentou 14% em relação ao ano anterior.
Desse total, 69% – ou US$ 58,8 bilhões – foram destinados à mitigação das mudanças climáticas e US$ 26,3 bilhões, ou 31%, à adaptação às mudanças climáticas.
O montante de financiamento privado mobilizado para investimentos climáticos nesses países foi de US$ 33 bilhões.
Europeus lideram financiamento para alta renda
Já o financiamento climático dos MDBs para países de alta renda totalizou US$ 51,5 bilhões, dos quais US$ 43 bilhões fornecidos pelo Banco Europeu de Investimento (EIB, em inglês).
Entre as 10 instituições de fomento listadas no relatório, o EIB foi o único a destinar mais recursos para países ricos.
O financiamento climático do banco europeu para economias de renda média e baixa totalizou US$ 4,5 bilhões no ano passado.
Nas nações de alta renda, os projetos de mitigação dominaram a aplicação dos recursos: US$ 46,5 bilhões (90%) apoiaram projetos de redução de emissões, enquanto US$ 5 bilhões (10%) foram para adaptação.
Os ricos também foram mais atrativos para o capital privado: o financiamento privado mobilizado para investimentos climáticos em países de alta renda atingiu US$ 101 bilhões.
Energia e transportes na liderança
Na agenda de mitigação, energia e transportes foram os setores que mais atraíram financiamento climático de MDBs no ano passado.
Dos US$ 137 bilhões fornecidos, US$ 41 bilhões foram para energia, quase US$ 18 bilhões para edifícios, instalações públicas e eficiência energética no uso final e US$ 15,7 bilhões para transportes.