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TAG fecha acordo com Celse para ligar terminal de Sergipe à malha

Obra de R$ 300 milhões é importante para os planos da Eneva, que está comprando a Celse e atuará na comercialização de gás

TAG fecha acordo com Celse para ligar terminal de Sergipe à malha. Na imagem, usina termelétrica Porto de Sergipe I, em operação no início de 2020, integrada com terminal terminal de GNL (Foto: Celse/Divulgação)
Usina termelétrica Porto de Sergipe I, em operação no início de 2020, integrada com terminal terminal de GNL (Foto: Celse/Divulgação)

RIO – A Centrais Elétricas de Sergipe (Celse) e Transportadora Associada de Gás (TAG) assinaram um contrato para interligação do terminal de gás natural liquefeito (GNL) de Sergipe à malha de gasodutos de transporte. A expectativa é que a conexão demande investimentos de R$ 300 milhões e esteja em operação em 2024.

A interligação permitirá que o gás importado pela Celse seja injetado na rede de gasodutos e possa ser retirado em qualquer outro ponto da malha nacional. A obra é importante para as pretensões da Eneva de se consolidar como uma comercializadora de gás natural. A companhia assinou, na semana passada, contrato para compra da Celse junto à New Fortress Energy e Ebrasil.

A negociação não inclui a aquisição do terminal de GNL, que abastece a usina Porto de Sergipe I (1,593 GW), mas o ativo continuará afretado à termelétrica até 2044. Da capacidade total da planta de regaseificação, de 21 milhões de m³/dia, há uma capacidade ociosa, hoje, da ordem de 15 milhões de m³/dia, para desenvolvimento de novos negócios.

Pelos termos do acordo, a TAG ficará responsável pela instalação de um gasoduto de cerca de 25 km e das infraestruturas de acesso necessárias. Já a Celse fará pagamento mensal de uma tarifa de conexão, ao longo de 30 anos, para remunerar os investimentos a serem realizados pela TAG.

O gasoduto de interligação do terminal sergipano deve entrar em operação comercial a partir de meados de 2024. Em nota, a TAG destacou que o contrato representa “mais um importante avanço no processo de abertura e expansão do mercado de gás natural no Brasil, materializado pelos princípios da Nova Lei do Gás” – que completou um ano de vigência em abril.

Eneva quer compor mix

A Eneva acredita que a compra da Celse permitirá à empresa compor um mix de gás nacional e importado, de diferentes origens e preços, e assim alavancar os planos da companhia de se consolidar como uma comercializadora de gás natural.

O diretor de novos negócios, marketing e comercialização de gás e energia da Eneva, Marcelo Lopes, afirmou, na semana passada, que o GNL importado em Sergipe guarda sinergia com o polo Bahia Terra – conjunto de campos maduros colocados à venda pela estatal nas bacias do Recôncavo e Tucano e que desperta o interesse da Eneva. A empresa apresentou uma oferta pelo ativo em consórcio com a PetroReconcavo.

Para aprofundar:

Segundo Lopes, o terminal de GNL de Sergipe dá escala à capacidade de comercialização de gás da empresa. Por outro lado, o gás nacional tende a ser mais barato. A companhia acredita que o mix entre as diferentes fontes de suprimento permitirá à companhia compor um preço médio mais equilibrado.

“Isso [o mix] amplifica oportunidades de venda para atingirmos mais clientes a preços mais competitivos do que se só tivéssemos o GNL”, disse, na semana passada, durante teleconferência com investidores sobre a aquisição da Celse.

Com a aquisição da Celse, a Eneva passa a contar com três clusters de gás: os complexos de Parnaíba (MA) e Azulão (AM), focados na produção em terra em sistemas isolados da malha nacional de gasodutos; e Sergipe – que será integrada à rede da TAG a partir de 2024.