Suzano capta US$ 1 bi com títulos atrelados a metas de diversidade de gênero e uso da água

Companhia se comprometeu a ter 30% dos cargos de liderança ocupados por mulheres até 2025

metas de diversidade de gênero
Imagem de RAEng_Publications por Pixabay

A fabricante de celulose Suzano concluiu na segunda (28) a captação de US$ 1 bilhão em Sustainability-linked bonds (SLB) atrelados a metas ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança) da empresa.

A companhia se comprometeu a ter 30% dos cargos de liderança ocupados por mulheres até 2025 e reduzir em 12,4% a utilização de água nas suas operações industriais até 2026, tomando por base o uso de 2018.

A operação teve uma demanda mais de três vezes maior e é a primeira do tipo na América Latina.

“Seremos a primeira empresa na América Latina a utilizar uma ambição de diversidade e inclusão em uma operação financeira desse tipo”, disse Marcelo Bacci, diretor executivo de finanças da Suzano.

Os títulos, com vencimento em 2032, possuem yield de 3,28% ao ano, e cupom de 3,125% ao ano. Caso a empresa não atinja as metas ESG no período anunciado, a dívida aumenta, e ela terá que pagar 12,5 pontos básicos a mais de juro ao ano.

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Vencimentos atrelados à sustentabilidade

Com a operação, o perfil da dívida da Suzano contará com 35% dos vencimentos totais atrelados à sustentabilidade.

No ano passado, a empresa já tinha captado US$ 1,25 bilhão em duas operações de SLBs vinculados a metas de redução de carbono.

Em 2016, a Suzano também foi a primeira companhia a emitir green bonds — ou títulos verdes — no mercado brasileiro, captando R$ 1 bilhão de reais na época, depois de já ter emitido US$ 500 milhões, também em green bonds, mas no mercado internacional.

Em 2017, a empresa realizou outra operação em títulos verdes, no total de US$ 700 milhões.

Diferente do SLB, todo recurso captado por meio de green bonds deve ser alocado em projetos específicos classificados como sustentáveis ou verdes.

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Empresas de papel e celulose lideram emissões de títulos sustentáveis

O mercado brasileiro de títulos verdes vem crescendo exponencialmente desde sua criação em 2015, e nos últimos dois anos, o mercado passou a ter espaço também para títulos com rótulos diversos, como sociais, sustentáveis, vinculados à sustentabilidade e de transição.

“A categoria de uso da terra ainda é a segunda mais financiada no Brasil considerando todos esses rótulos ligados à sustentabilidade, e as empresas de papel e celulose continuam a liderar as emissões desses títulos”, avalia o relatório Análise do Mercado de Financiamento Sustentável da Agricultura no Brasil da Climate Bonds Initiative divulgado na segunda (28).

O estudo também destaca a estreia recente de empresas de agricultura e bioenergia neste mercado, o que seria uma demonstração de apetite crescente por produtos financeiros sustentáveis emitidos por esses setores.

Segundo o levantamento, os títulos verdes respondem por 84% do mercado de dívida sustentável brasileira, com um total acumulado de US$ 9 bilhões emitidos até fevereiro de 2021.

Em seguida, estão os títulos sustentáveis com US$ 1,6 bilhão, representando 15% do volume total. Por último, os títulos sociais, com US$ 111 milhões equivalente a 1% do mercado.

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