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S&P rebaixa nota da Unigel e acredita em "default geral"

Empresa não pagou juros sobre títulos de dívida no valor de R$ 23,2 milhões que venceram em 2 de novembro

S&P Global Ratings rebaixa nota de classificação de crédito da Unigel e acredita em "default geral". Na imagem: Instalações da unidade da Unigel em Camaçari (Foto: Divulgação)
Unidade da Unigel em Camaçari (Foto: Divulgação)

A S&P Global Ratings rebaixou a classificação de crédito da Unigel de “CCC-” para “D”, a menor possível, após a empresa não pagar juros de R$ 23,2 milhões que venceram em 2 de novembro, depois de uma carência de 30 dias. Os juros são de títulos de dívida no valor de R$ 530 milhões.

“Consideramos o não pagamento dos juros como um default, dado que os credores não receberam o valor que lhes foi inicialmente prometido na data esperada originalmente nem durante o período de carência”, afirmaram as analistas Luisa Vilhena e Fabiana Gobbi.

“Também acreditamos que a empresa não efetuará o pagamento de juros de suas debêntures dentro de 30 dias a partir da data original de 8 de outubro, apesar da extensão de 90 dias consentida pelos detentores das debêntures. Como as notas seniores e as debêntures constituem a maior parte da dívida da empresa, acreditamos que o default será geral.”

No início de setembro, a Unigel negociou uma extensão de 90 dias com os detentores de títulos de dívida para realizar discussões e revisar os termos das debêntures. O acordo incluiu a extensão do pagamento de juros das obrigações de cerca de R$ 40 milhões, que vencia em 8 de outubro até 5 de dezembro.

A S&P também rebaixou a classificação da Unigel para “D” tanto na emissão nas notas seniores não garantidas da empresa de 2026 quanto de debêntures.

Negociando uma saída

Nos últimos meses, a Unigel vem negociando com credores para ajustar sua estrutura de capital e conter a queima de caixa. Também está negociando vendas de ativos e ajustes em suas operações e estrutura de custos.

A empresa tem sofrido com a alta dos preços do gás natural que inviabilizaram a operação das fábricas de fertilizantes na Bahia e em Sergipe. Na sexta-feira, a companhia comunicou ao sindicato a paralisação das atividades da planta de Camaçari.

A companhia negocia com a Petrobras uma saída para a crise. Uma possibilidade seria um contrato de tolling, em que a estatal entraria com a matéria-prima e pagaria apenas para usar a capacidade de processamento das plantas.