RECIFE — A Voltalia, empresa produtora de energia renovável, anunciou na terça (19/4) o início da operação das usinas Solar Serra do Mel 1 (SSM 1) e Solar Serra do Mel 2 (SSM 2), no Rio Grande do Norte. Cerca de 540 mil painéis fotovoltaicos foram instalados no cluster, em uma área de 578 hectares, que possui uma capacidade total de 2,4 GW .
A previsão é que a operação atinja 100% da capacidade ainda no primeiro semestre de 2022 e possa gerar energia suficiente para abastecer mais de 400 mil residências. Segundo a Voltalia, a energia limpa produzida pelo complexo solar é responsável pela redução da emissão de quase 126 mil toneladas de CO2 por ano.
Serra Branca é um cluster híbrido e está localizado entre os municípios de Areia Branca e Serra do Mel, região conhecida por proporcionar condições eólicas e solares no estado.
“Estamos gerando os megawatts iniciais na primeira grande planta solar da Voltalia no Brasil e o maior projeto solar da empresa no mundo. Anunciamos também, no início de março, a construção do Solar Serra do Mel de 3 a 6, que elevará para 80% nossa capacidade de operação do potencial total do cluster”, afirmou o CEO da Voltalia no Brasil, Robert Klein.
Energia solar cresce no Rio Grande do Norte
Desde a regulamentação da energia solar no Rio Grande do Norte, em 2018, o estado tem fechado diversas parcerias com o setor.
Mesmo com a chegada da pandemia da covid-19, em 2020, a região contabilizou 25 grandes usinas solares fotovoltaicas contratadas, que somadas terão 943 megawatts (MW) de potência instalada, representando um aumento de 257% em quantidade de empreendimentos e 210% de potência contratada, em relação a 2019, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Em 2020, o estado captou mais de R$ 2,043 bilhões em investimentos no setor solar, que devem ser injetados em projetos nos municípios de Assu, Jandaíra, Lagoa Nova, Lajes, Pedro Avelino, Serra do Mel e Touros até 2023.
Em fevereiro de 2022, a Vivo inaugurou em Nova Cruz, sua primeira usina de geração distribuída no Rio Grande do Norte.
Construída com o Grupo Gera, a usina de fonte solar fotovoltaica ocupa uma área de oito hectares e deve gerar 4.905 MWh/ano para suprir o consumo de mais de 320 unidades da Vivo (lojas, escritórios, antenas e equipamentos de transmissão).
Atlas da Energia Eólica e Solar
O Governo do Rio Grande do Norte lançou, no dia 28 de março, a Plataforma do Atlas Eólico e Solar do RN. O documento teve um custo de R$ 2,6 milhões e foi elaborado por técnicos da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec) em parceria com a Federação das Indústrias do RN (Fiern), através do Instituto Senai de Inovação (ISI).
O Atlas mapeia as áreas disponíveis para novos investimentos em usinas eólicas e solares, mede a velocidade do vento, irradiação solar, correntes migratórias da fauna, identifica áreas já ocupadas e disponíveis para orientar novos investimentos.
Além do atlas, o governo divulgou o Programa Norte-rio-grandense de Hidrogênio Verde e a conclusão dos estudos para a instalação de um porto-indústria no estado, visando dar suporte à indústria eólica offshore — que exige a fabricação de aerogeradores no local —, que poderá ser executado por meio de parceria público-privada (PPP).