Clima extremo

Usina-piloto em Natal vai estudar impactos de extremos climáticos na geração solar

Usina-piloto no RN vai monitorar danos causados por superaquecimento em painéis solares, com investimento de R$ 5,4 milhões em pesquisa

[da esquerda para direita] Ricardo Vianna, líder técnico do projeto na TotalEnergies; Samira Azevedo, pesquisadora líder do Laboratório de Energia Solar do ISI-ER; e Rodrigo Mello, Roberto Serquiz e Heyder Dantas, da FIERN (Foto Divulgação ISI-ER)
[da esq. p/ dir.] Ricardo Vianna, líder técnico do projeto na TotalEnergies; Samira Azevedo, pesquisadora líder do Laboratório de Energia Solar do ISI-ER; e Rodrigo Mello, Roberto Serquiz e Heyder Dantas, da FIERN (Foto Divulgação ISI-ER)

O Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e a TotalEnergies inauguram, nesta segunda (14/4), em Natal (RN), uma usina fotovoltaica piloto onde serão estudados os efeitos de eventos extremos na geração de energia solar.

Com investimentos de R$ 5,4 milhões e o envolvimento de 17 pesquisadores, o projeto é financiado através da cláusula de P&D da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A usina com capacidade instalada de 200 kilowatt-pico (kWp) deve entrar em operação no segundo semestre de 2025.

Segundo o ISI-ER, 380 módulos solares, de diferentes tecnologias, foram instalados em uma área de 4,4 mil metros quadrados (equivalente a mais da metade de um campo de futebol), para investigação de fenômenos como “irradiância extrema”, que tem afetado grandes usinas de geração em todo o país, causando danos aos equipamentos devido ao seu superaquecimento e comprometendo a confiabilidade na geração de energia. 

“Quando o fenômeno ocorre, os raios incidem sobre os módulos fotovoltaicos com uma potência superior à que eles podem suportar, o que, na prática, pode gerar ‘pontos quentes’ e danificar os equipamentos”, explica Antonio Medeiros, coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento do ISI-ER.

O projeto pretende responder a questões sobre a frequência do evento, em que época do ano é mais comum e que consequências traz ao setor. 

“A usina piloto está completamente configurada para trazer informações a respeito”, diz a pesquisadora líder do Laboratório de Energia Solar do Instituto e coordenadora do projeto, Samira Azevedo.

Ela explica que com o superaquecimento, os módulos podem queimar ou apresentar falhas, reduzindo a produção de energia esperada nos empreendimentos.

“O monitoramento detalhado desses parâmetros possibilitará a otimização do sistema, além de contribuir para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes de operação e manutenção. Dessa forma, a usina piloto se torna um laboratório a céu aberto para aprimorar a eficiência dos sistemas fotovoltaicos”, completa.

Desde 2018 o Senai desenvolve estudos no Rio Grande do Norte que identificam a presença da sobreirradiância, mas é a primeira vez que a instituição terá uma linha de pesquisa específica e um laboratório dedicado para estudar o fenômeno.

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias