Descarbonização das operações

Transpetro inaugura usina solar em Belém e quer avançar no mercado livre

Companhia abriu chamada para sondar o mercado e identificar players interessados no mecanismo de autoprodução

Usina solar da Transpetro no terminal de Belém (PA). Foto: Transpetro/Divulgação
Usina solar da Transpetro no terminal de Belém (PA). Foto: Transpetro/Divulgação

BRASÍLIA — Visando ampliar a descarbonização das operações, a Transpetro inaugurou nesta quinta-feira (18/7) a segunda usina solar da empresa, no terminal de Belém (PA), cidade que sediará a COP30 em novembro. Os planos para aprofundar a redução de emissões incluem o mercado livre de energia.

Em 10 de junho a Transpetro abriu uma chamada pública para o suprimento de 73 megawatts médios (MWm) a partir de 2027. A energia deverá ser gerada por fontes incentivadas — solar, eólica ou hídrica — com contratos de 15 anos.

A contratação será feita por meio de consórcios, em que a Transpetro terá participação proporcional ao volume contratado, por meio do modelo de autoprodução de energia.

A chamada pública lançada é uma estratégia da Transpetro para sondar o mercado e identificar os players interessados e aptos a fornecer soluções a partir de fontes incentivadas de energia renovável.

A empresa busca conhecer as propostas existentes e as capacidades dos potenciais fornecedores, tendo em vista a meta de otimizar custos e avançar na transição.

“A Transpetro, ao invés de construir uma mega usina, vamos ao mercado ver os [supridores] existentes, os que se adequam melhor à nossa demanda e a melhor proposta. Isso está na nossa estratégia  está sendo estudado no momento”, disse o  gerente executivo de Operação de Dutos e Terminais Norte, Nordeste e Sudeste da Transpetro, Flávio Godinho.

Terminal de Belém com energia 100% solar

Com capacidade instalada de 300 kW, a usina da capital paraense tem potência suficiente para suprir toda a demanda do terminal, equivalente ao consumo anual de 80 residências. A empresa estima que a instalação irá reduzir a emissão de 30 toneladas por ano de gases de efeito estufa. O investimento foi de R$ 3,2 milhões e a economia esperada é de R$ 400 mil anuais na conta de energia elétrica da unidade.

“Esse é o nosso segundo terminal a ter sua demanda integralmente suprida por energia solar de geração própria. O primeiro foi em Guarulhos, em São Paulo”, disse o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci.

Belém foi escolhida para iniciar o projeto Terminal +Sustentável, que visa ações de descarbonização e de preservação ambiental nas unidades operacionais em terra da empresa.

O terminal de Coari, no Amazonas, também está nos planos da companhia. Essencial para a logística da região Norte e para o escoamento da produção de Urucu (AM), o município e arredores não estão conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e dependem da geração térmica.

“Seguimos em estudos, porque não analisamos só a usina solar, mas o contexto em que está nosso ativo. Esse terminal de Coari fica a uns 300 km de Manaus, entrando na Amazônia. Nesse local não tem rede de transmissão e a gente está concluindo os estudos para suprir a demanda do terminal com energia limpa”, disse Godinho.

A Transpetro já possui iniciativas voltadas para a descarbonização da frota de embarcações, incluindo o uso de biodiesel misturado ao combustível marítimo.

Foram em navios do braço logístico que a Petrobras realizou testes com diferentes teores do biocombustível. A partir dos resultados, que se demonstraram promissores, obteve autorização para a venda do combustível marítimo com a parcela renovável em 24%.

Além da usina, o terminal de Belém conta com um sistema de captação de água da chuva, com capacidade de reaproveitar até 3.600 m³. Com essas instalações, a companhia espera reduzir o consumo de água doce em até 40%.

A Transpetro opera 48 terminais (27 aquaviários e 21 terrestres), possui cerca de 8,5 mil km de dutos e 36 navios.

No terminal de Belém, a empresa recebe produtos dos terminais de Coari (AM), São Sebastião (SP) e São Luís (MA) e da Refinaria de Mataripe (BA). A planta movimenta diesel, gasolina, gás de cozinha (GLP), querosene de aviação e combustível usado em embarcações. Em 2024, a unidade movimentou um total de 2,3 milhões de metros cúbicos de combustíveis e derivados.

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