RECIFE — O Governo do Rio de Janeiro anunciou que vai disponibilizar R$ 80 milhões para subsidiar projetos de energia solar. A oferta busca atrair investimentos para o setor e inserir o estado na rota da geração de energia limpa.
De acordo com a gestão estadual, os recursos ficarão em um fundo que está sendo estruturado pela agência de fomento AgeRio e poderão ser destinados a produtores rurais, escolas, hospitais e casas populares, além do programa de revitalização dos condomínios industriais, que ainda não foi lançado.
“Estamos com uma demanda crescente de empresas e empreendimentos vindo para o Rio de Janeiro e que podem ser beneficiados com a redução de custos que a energia solar oferece”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio, Cássio Coelho.
A iniciativa foi acertada em reunião com representantes da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), das concessionárias Light, Enel e Energisa, da Codin, e AgeRio, além de empresários do setor.
Segundo a Absolar, o estado possui, atualmente, 342,8 megawatts (MW) em operação de energia solar nas residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos. A região também dispõe de 41.389 conexões operacionais, espalhadas pelos 92 municípios do estado.
Desde 2012, a geração própria de energia solar já proporcionou ao Rio de Janeiro a atração de aproximadamente R$ 1,9 bilhão em investimentos, geração de mais de 10,2 mil empregos e a arrecadação de mais de R$ 451 milhões aos cofres públicos.
Energia para cidades inteligentes
O executivo estadual vem trabalhando em um projeto para tornar a região um modelo de “cidades inteligentes”. Em fevereiro, as italianas Enel X, Leonardo e TIM assinaram um memorando de intenções (MoU) com o governo do estado do Rio de Janeiro para estudar soluções de cidade inteligente, segura e resiliente.
A ideia é começar pela capital fluminense e transformá-la em uma e-cidade conectada, com tecnologias de ponta para infraestruturas de transporte, conectividade e iluminação, transformação digital e modelos de eficiência energética.
Para empresas e edifícios públicos, o foco será na eficiência energética, por meio do “desenvolvimento de soluções de engenharia, oferta de energia renovável em usinas de geração distribuída e uso de plataformas de monitoramento em tempo real para climatização”.
Niterói investe em fazendas e tetos solares
Em março, a prefeitura de Niterói também divulgou novos planos e investimentos no setor. O projeto prevê a utilização de energia solar fotovoltaica através de fazendas e tetos solares.
O objetivo, de acordo com o secretário municipal do Clima, Luciano Paez, é tentar mitigar as emissões de gases na cidade e aumentar o consumo de energia sustentável.
Para colocar em prática o projeto Fazenda Solar, que terá aporte de R$ 6 milhões, será firmada uma parceria com empresa geradora do setor. A iniciativa prevê a instalação de sistema de geração de energia fotovoltaica conectado à rede da concessionária local. A expectativa é a geração de energia dimensionada de aproximadamente 180 megawatt (MW).
No projeto Teto Solar, a ideia é aproveitar a disponibilidade dos prédios públicos para geração fotovoltaica. A meta é chegar a 800 placas instaladas até 2024. Serão 40 unidades com consumo médio de mil Kwh/mês. O investimento do Município será de R$ 1 milhão.
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Compra e venda de créditos de carbono
Também em março, o governador Cláudio Castro (PL) assinou em Nova York um protocolo de intenções com as empresas Nasdaq e a Global Environmental Asset Plataform (Geap) para desenvolver os estudos sobre a criação de uma plataforma de negociações de ativos ambientais.
A ação faz parte de uma tentativa de retomada da Bolsa de Valores do Rio, fechada em 2000. Durante 90 dias, serão criados os projetos-pilotos e o grupo de trabalho, que discutirá as propostas. A Bolsa de Ativos Ambientais deverá funcionar no segundo semestre deste ano.