Taxonomia Sustentável Brasileira

iCS defende incentivo a sistemas agrivoltaicos no Brasil

Em audiência da Taxonomia Sustentável Brasileira, coordenador do instituto criticou priorização do uso de terras não produtivas

LYON (FR) — O coordenador do Instituto Clima e Sociedade (iCS), Roberto Kishinami, defendeu sistemas agrivoltaicos no Brasil durante painel, na quarta-feira (12/2), sobre energia elétrica em áreas de baixa renda em audiência pública da Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB), metodologia para orientar investimentos sustentáveis com objetivos alinhados à preservação ambiental.

Os sistemas agrivoltaicos permitem a utilização da terra para produção de energia fotovoltaica e atividades agroecológicas.

Uma iniciativa do tipo no país é o projeto BeeVolt, operado pela EDP, que alia a Usina Solar de Roseira, com capacidade instalada de 75 quilowatts (kW), à produção de mel.

Kishinami criticou a formulação da atual taxonomia por priorizar o uso de terras não produtivas para a instalação de painéis solares.

Na visão do especialista, é preciso uma diretriz para que áreas da Caatinga, por exemplo, cujas centenas de hectares são destinadas à instalação de parques solares também sirvam à produção de alimentos.

“Tem que servir a geração de emprego, renda, prosperidade, nos lugares em que ela vai ser instalada”, defendeu.

A TSB está em consulta pública até 31 de março e organizações da sociedade civil estão promovendo audiência públicas em diferentes regiões do país para discutir os indicadores propostos.

A audiência desta semana tinha como foco o uso da TSB para reduzir desigualdades em áreas de baixa renda.

Diretor-executivo da Revolusolar, Eduardo Ávila sugeriu ainda a inclusão de indicadores de impacto social na metodologia para combater a pobreza energética.

Segundo estudo do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), pelo menos 990 mil pessoas não têm acesso ao serviço público de energia elétrica na Amazônia Legal.

Plano Clima

O Plano Clima pode ser mais um instrumento no combate à pobreza energética, apontou o coordenador-geral de Estudos Integrados do Ministério de Minas e Energia (MME), Sérgio Ayrimoraes. 

Segundo Ayrimoraes, a pasta tem 16 planos setoriais de adaptação em andamento e sete de mitigação.

“Todo o processo de construção do Plano Clima, seja na sua vertente adaptação, seja na sua vertente mitigação, tem propiciado um amplo diálogo entre os setores para que esses cuidados e essas ações mais dedicadas aos grupos sociais vulnerabilizados tenham o devido destaque”, disse.

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias