LYON (FR) — O mercado de geração centralizada solar fotovoltaica no Brasil deve retrair em 2025 devido ao agravamento dos cortes de geração, o curtailment, aponta levantamento da Greener.
“A combinação de preços de energia próximos ao piso e o agravamento do curtailment, que é a restrição na entrega de energia gerada, são fatores que têm adiado novos investimentos e impactado a atratividade de novos empreendimentos”, disse o CEO da Greener, Marcio Takata, em nota.
Segundo a consultoria, houve 17,1% de curtailment médio nos conjuntos solares entre abril de 2024 e março de 2025, o que ampliou a percepção de risco entre investidores e a exigência de maior atenção à viabilidade técnica dos projetos.
O cenário já tem reflexo nos número do setor. No ano passado, entraram no país módulos fotovoltaicos com capacidade de 5,1 gigawatts pico (GWp), queda de 18% em relação a 2023, quando foram importados 6,2 GWp.
Além disso, hoje no mercado livre há 4,5 GW de usinas solares em construção, redução de 30% em relação aos 6,4 GW em fevereiro de 2024, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Mesmo assim, a geração centralizada movimentou 5,4 GWp em contratos de fabricantes de módulos e mais de R$ 14,5 bilhões em investimentos entre março de 2024 e fevereiro de 2025, segundo o estudo.
No período, a consultoria identificou 2,4 GWp de contratos de compra de energia (PPA) solares e projetos de autoprodução, um total de 15,8 GWp acumulados. Desse total, 90% são de autoprodução por equiparação.