Energia solar

Elétron Energy e Kroma iniciam construção de complexo solar no sertão de Pernambuco

Com investimento de R$ 340 milhões, projeto terá 101 MWp de capacidade

Elétron Energy e Kroma iniciam construção de complexo solar no sertão de Pernambuco. Na imagem, parque solar da Elétron Energy em Carnaiba, em Pernambuco (Foto: Rafael Medeiros/Elétron Energy)
Parque solar da Elétron Energy em Carnaiba, em Pernambuco (Foto: Rafael Medeiros/Elétron Energy)

RECIFE — As companhias pernambucanas Elétron Energy e Kroma Energia, que atuam na comercialização e geração de energia, fecharam uma parceria para construir o complexo solar São Pedro e Paulo no município de Flores, no Sertão de Pernambuco. As obras foram iniciadas em junho de 2022 e devem ser concluídas em março de 2023.

Os projetos fornecerão 101 megawatts-pico (MWp), sendo 30% da energia direcionada para contratos no mercado livre (ACL) e 70% para o mercado regulado  (ACR), através de PPA’s (Power Purchase Agreement) já assinados.

O valor total do investimento é de R$ 340 milhões e o financiamento será realizado pelo Banco do Nordeste (BNB) pelo custo de R$ 218 milhões. De acordo com as empresas, a energia potencialmente gerada é equivalente à demanda de todo o sertão do Pajeú, região que possui 150 mil domicílios.

Mercado solar aquecido

Outro projeto que deve ser inaugurado antes de 2025 no estado é da Enercom Renováveis.

Durante o Leilão A-6 da Aneel, o grupo apresentou o projeto de geração de energia solar Usina Solar Luiz Gonzaga II, no município de Terra Nova, a 600 quilômetros da capital Recife.

A área compreende 30 MW de potência instalada em uma extensão de 100 hectares e deve produzir energia equivalente ao consumo de uma cidade com mais de 100 mil habitantes.

Com investimentos que somam mais de R$ 120 milhões, a obra foi iniciada em 2021 e a Usina deve começar a operar antes de 2025, prazo de conclusão estipulado pelas regras do leilão.

GD também ganha espaço

O setor de energia ficou ainda mais aquecido em Pernambuco após a publicação do Projeto de Lei Ordinária 1825/2021, que obriga a instalação de sistema de energia solar fotovoltaica e de energia solar fototérmica nos projetos das novas edificações de empreendimentos privados, residenciais ou comerciais que tenham mais de 13 andares.

Segundo o gerente de Relacionamento com Grandes Clientes da Neoenergia, Rafael Motta, Pernambuco tem cerca de 32 mil unidades abastecidas por energia fotovoltaica, somando 18 mil que produzem para consumo próprio e outras 14 mil que também são atendidas.

“Recebemos, em média, 2 mil projetos de geração distribuída por mês e ligamos, aproximadamente, 1,5 mil. O crescimento em 2021 foi de 200%”, comunicou Motta em um evento do setor no final do ano passado.

A companhia aponta o Sertão como uma das regiões mais procuradas por consumidores interessados em projetos de energia solar, mas ainda há limitação para o escoamento da produção.

O Governo de Pernambuco tem feito parcerias com a Neoenergia nas macrorregiões, tanto na construção de subestações como de linhas de transmissão, e espera ampliar a geração e distribuição da energia solar com os novos leilões federais de energia.

No ano passado, Pernambuco recebeu a instalação, pela empresa espanhola Solatio, do maior complexo de energia solar do país em São José do Belmonte (Sertão Central).

A primeira das três usinas já foi inaugurada e, quando o empreendimento estiver concluído, serão gerados até 810 megawatts (MW), o bastante para abastecer 800 mil famílias. O projeto é fruto de um investimento de R$ 3 bilhões e ocupa uma área de 186,9 hectares.