Energia solar

Brasil cai no ranking dos países que mais acrescentaram geração solar em 2024, aponta SolarPower Europe

Crescimento em relação a 2023 foi de apenas 21%, menor do que nos anos anteriores

Instalação industrial de energia solar realizada pela Quantum (Foto Divulgação)
Instalação industrial de energia solar realizada pela Quantum | Foto Divulgação

LYON (FR) — O Brasil foi o quarto país que mais acrescentou geração solar em 2024, segundo o relatório Global Market Outlook For Solar Power 2025 – 2029 (.pdf), da SolarPower Europe. O país caiu no ranking em relação ao ano anterior, quando chegou a alcançar a terceira posição global.

Ao todo, o Brasil adicionou 18,9 gigawatts (GW) de capacidade solar em 2024, volume recorde. Entretanto, o crescimento em relação a 2023 foi de apenas 21%, menor do que os percentuais de 60% em 2021 e de 81% em 2022.

Ao todo, o país que mais adicionou geração solar em 2024 foi a China, com 68% de participação entre os 10 maiores mercados. Em segundo lugar ficaram os Estados Unidos, com 10%, e, em terceiro, a Índia, com 6%.

Motivos para a queda

Entre os fatores que frearam o mercado nacional estão o aumento de 9,6% para 25% do imposto de importação das células fotovoltaicas utilizadas em painéis solares (extra-quota) anunciados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) no fim do ano passado.

Além disso, o país enfrenta altas taxas de cortes de geração, o curtailment, que foram em média de 17,1% entre abril de 2024 e março de 2025, segundo a Greener. Os cortes aumentam a percepção de risco entre investidores e a exigência de maior atenção à viabilidade técnica dos projetos.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), um outro desafio é que as concessionárias de distribuição de energia elétrica estão negando pedidos de conexão para novos sistemas de geração distribuída (GD) solar fotovoltaica, alegando fluxo de potência reverso nas redes de baixa e média tensão.

Com isso, projetos de pequeno e médio porte em algumas regiões do país estão sendo adiados.

“A maior inserção da energia solar é fundamental para o país reforçar a sua economia e impulsionar a sustentabilidade no Brasil e no mundo. A fonte solar é um verdadeiro motor de desenvolvimento sustentável, que atrai capital, traz divisas, gera grandes oportunidades de negócios, cria novos empregos verdes e amplia a renda dos cidadãos”, disse o presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk, em nota.

Expectativas para 2025

Segundo o relatório, elaborado em parceria com associações como a Absolar, um fator que pode colaborar para a expansão da fonte é o armazenamento. A expectativa é que em 2025 seja desbloqueado o potencial de estocagem de energia no Brasil, com a previsão da publicação da regulação da conexão e utilização de baterias na rede elétrica. 

Em abril, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), disse que a portaria do leilão de reserva de capacidade para projetos de armazenamento de energia no Brasil será publicada até o final de maio. A expectativa é que o primeiro certame para contratar baterias no país ocorra ainda este ano.

No mês passado, o ministro foi à China e se reuniu com o vice-presidente da BYD na América Latina, Oscar Su, para alinhar investimentos de expansão de carros elétricos e de soluções de baterias para estabilização do Sistema Interligado Nacional (SIN) no Brasil.

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