RIO — O mercado de energia solar brasileiro registrou 28 fusões e aquisições no primeiro semestre de 2024, mesma quantidade contabilizada em todo o ano passado, impulsionadas pelos contratos de autoprodução, segundo boletim da consultoria Greener.
A expectativa é que o número de transações este ano ultrapasse o registrado em 2023. Já há mais dez negociações mapeadas para o segundo semestre, que devem levar à aquisição de 77 usinas com capacidade de 1,38 gigawatts (GW).
Segundo o levantamento, houve 20 transações a mais no primeiro semestre de 2024 do que nos seis primeiros meses de 2023. Este ano, até o momento, a maior parte das fusões e aquisições ocorreu entre abril e junho.
De todas as negociações fechadas em 2024, 12 foram para usinas de geração centralizada, cinco de geração distribuída e 11 entre empresas.
Autoprodução
Os negócios foram puxados pelo interesse na autoprodução de energia. Por meio desse modelo, clientes do mercado livre podem entrar como sócios nos projetos de geração e, assim, têm descontos em encargos.
Pelos menos seis aquisições no primeiro semestre deste ano estiveram relacionadas à compra de participação societária nesse modelo, segundo a Greener.
Foram alvo de transações nos seis primeiros meses deste ano um total de 1,26 GW de capacidade em 64 usinas de geração centralizada.
Já na geração distribuída (GD), houve a negociação de 119 megawatts (MW), distribuídos em 90 usinas.
No caso da GD, grande parte das aquisições foram impulsionadas por empresas do setor de investimentos, que enxergam o Brasil como um mercado promissor. Um dos negócios registrados no primeiro semestre, por exemplo, foi a compra de 31 projetos de usinas da Raízen pela Élis Energia, empresa controlada por um fundo da Pátria Investimentos.
Para os próximos anos, há expectativa sobretudo de um aumento na quantidade de fusões e aquisições relacionadas à GD.
“A compra e venda de ativos solares deve acelerar na segunda metade de 2024, com tendência de crescimento entre 2025 e 2026. Atualmente, o mercado conta com mais de 400 portfólios com usinas de mini GD que passarão por um processo de consolidação nos próximos anos, impulsionando o número de transações”, comentou em nota o CEO da Greener, Marcelo Takata.