Armazenamento poderá competir com fio em novos negócio de energia

Anna Pacheco é diretora de Regulação da Enel (divulgação)
Anna Pacheco é diretora de Regulação da Enel (divulgação)

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A diretora de Regulação da Enel, Anna Pacheco, acredita que futuramente pode haver uma competição entre sistemas de armazenagem e a contratação de rede elétrica. Para isso, será necessária a regulamentação, além da implantação do preço horário.

“Hoje há um ‘armazenamento gratuito’, onde a rede faz esse papel. (…) É importante que haja uma remuneração. Isso criaria um mercado de competição com os storages”, disse a diretora durante o evento Brazil Wind Power, na quinta (29).

Com o aumento da geração eólica e solar na matriz energética, há uma preocupação pela falta de estabilidade e alta variabilidade no fornecimento de energia por essas fontes.

O que poderá ser uma oportunidade para implementação de sistemas de armazenagem e híbridos, que combinam duas ou mais fontes de geração distintas. O modelo vem ganhando destaque em muitos países, inclusive no Brasil.

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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) abriu, na semana passada (21/10), a primeira fase da Consulta Pública 061/2020 para a normatização de usinas híbridas e associadas.

“Diversos empreendedores, que têm projetos híbridos estão aguardando essa regulamentação. Estamos confiantes que ainda no primeiro semestre de 2021, vamos vencer essa barreira”, afirma Anna Pacheco.

Hernado Castillo, diretor de Sistemas Híbridos e de Armazenamento da Siemens Gamesa destacou que, em diversas regiões do mundo, como Austrália e Filipinas, parques eólicos já estão sobrecarregando as redes.

“A redes são fracas, então será necessária uma compensação com um sistema de armazenamento. E isso ocorrerá no mundo todo. Algo precisa ser feito para garantir uma estabilidade”, afirma.

O caso californiano foi lembrado por James Ellis, da Bloomberg New Energy Finance. Em agosto deste ano, o estado da Califórnia, nos Estados Unidos, sofreu com riscos de interrupções no fornecimento de energia, devido ao clima seco e ausência de ventos, que afetaram a geração hidrelétrica e eólica na região.

“Eles estão adquirindo grandes projetos de armazenamento de energia para garantir mais confiabilidade ao sistema a medida e que usinas nucelares e de gás estão sendo desativadas”, disse.

Nos cinco últimos anos, a Califórnia desativou térmicas com capacidade para produção de 9GW.

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Baterias “atrás do medidor”

Além das baterias destinadas às distribuidoras, transmissoras e geradoras, existem aquelas que podem ser usadas pelo próprio consumidor e conectadas à rede, “atrás do medidor”.

Castillo acredita que hoje já existe toda a tecnologia disponível para operacionalização da armazenagem, só falta a regulamentação.

A solução pode ser adequada para consumidores industriais “que querem ter mais flexibilidade e não querem ficar dependentes da rede e querem produzir sua própria energia e armazenar, seja na rede ou nos próprios ativos”, afirmou.

Pare James Ellis, o mercado de baterias ainda tem muito para crescer, considerando a tendência no barateamento dos custos.

“Estimamos que haverá uma capacidade de armazenagem de 1,95 gigawatts até 2040, capaz de atrair US$ 62 bilhões em investimentos neste mesmo período”, concluiu.

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