RECIFE — Parceria entre a Aegea Saneamento e a Brasol, empresa com capital Siemens, está investindo em usinas fotovoltaicas como estratégia de proteção contra o aumento do custo da energia elétrica. No final de março, o grupo inaugurou quatro usinas de energia fotovoltaica no Oeste Solar Parque, em Cuiabá.
A capital matogrossense ocupa a primeira posição entre os municípios brasileiros com maior geração distribuída de energia solar.
Com a inauguração das quatro usinas, as empresas estimam geração de 2,6 milhões de kilowatts anuais, equivalente ao consumo de energia de cerca de 1.500 residências brasileiras.
As usinas de Águas de Poconé, Águas de Primavera, Águas de Sinop e Águas de Campo Verde, concessionárias Aegea no Mato Grosso, foram conectadas no dia 30 de março e já estão aptas para o funcionamento. O loteamento de geração distribuída fica localizado no km 9 da Estrada da Guia, em Cuiabá, em uma área de 200 hectares.
A Brasol e Aegea assinaram contrato na modalidade EaaS (em inglês, Energy as a Service) em agosto de 2021, onde a Brasol se comprometeu a investir 100% do capital (R$ 50 milhões), assegurando economia nos custos de energia.
Entre os novos projetos anunciados pela empresa está a entrega de mais usinas fotovoltaicas nos estados do Mato Grosso, Rio de Janeiro e Amazonas onde a compensação estimada de carbono será de 2 mil toneladas por ano.
“A Aegea já possui cerca de 50MWp (megawatt-pico) de projetos de geração distribuída em operação e implementação em nove estados do Brasil. Seguimos atuando para atender às nossas demandas energéticas com alternativas sustentáveis, em linha com as políticas de sustentabilidade da companhia”, afirma Emerson Santana Rocha, gerente de Gestão de Energia e Eficiência Energética da Aegea Saneamento.
Energia na Amazônia
Os estados da Amazônia Legal experimentaram um salto de 169%, em 2020, na quantidade de consumidores com sistemas de micro ou minigeração distribuída. Superou o crescimento nacional de 111%.
Nos oito estados que compõem a região, mais de 53 mil consumidores estavam conectados a sistemas de mini e microgeração distribuída em 2020, ante 19,7 mil em 2019 — a maior parte no uso residencial, que representa 43% do consumo, segundo dados da Aneel.
Para 2022, a meta é atender pouco mais de 19 mil unidades consumidoras e o orçamento da CDE previsto é de R$ 423 milhões.
Áreas extensas do Amazonas, Pará, Acre, Rondônia e Roraima carecem de infraestrutura para serem conectadas ao sistema nacional. Nesses locais, mais de 90% da energia gerada vem do diesel.
Além disso, o Brasil ainda tem cerca de um milhão de pessoas sem nenhum acesso à energia elétrica — e 990 mil estão na Amazônia Legal, segundo estimativas do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema).
Lançado em fevereiro de 2020, o programa Mais Luz para a Amazônia (MLA) propõe levar energia limpa e renovável a 70 mil famílias que vivem em áreas remotas da Amazônia Legal.
O MLA pretende alcançar comunidades, que são, em sua maioria, ribeirinhas, indígenas e quilombolas e que vivem essencialmente da pesca, da produção de farinha e da extração de castanhas e frutas oriundas da Floresta Amazônica.