Energia solar

2W e GreenYellow fecham acordo para fornecer energia solar em sete estados a partir de 2023

Contrato prevê o arrendamento de sete usinas de 5 MW de potência, somando 35 MW durante quinze anos

2W e GreenYellow fecham acordo para fornecer energia solar em sete estados a partir de 2023. Na imagem, usina solar fotovoltaica da GreenYellow em Padre Bernardo, Goiás (Foto: Divulgação)
Usina solar fotovoltaica da GreenYellow em Padre Bernardo, Goiás (Foto: Divulgação)

RECIFE — A 2W Energia fechou um acordo com a francesa GreenYellow nesta quinta (4/8) para fornecer energia solar em sete estados brasileiros a partir de 2023 no modelo de geração distribuída (GD). O contrato prevê o arrendamento de sete usinas de 5 MW de potência, somando 35 MW durante quinze anos, a partir do início da operação comercial.

As usinas estão localizadas nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Ceará, Piauí e São Paulo, onde serão fornecidos, anualmente, 102 GWh de energia aos clientes. A energia equivale ao consumo de cerca de 52 mil residências e evitará a emissão de mais de 10 mil toneladas de CO2. 

A 2W oferece energia solar no modelo de GD desde junho do ano passado, quando lançou seu marketplace de créditos, onde empresas ou pessoas físicas podem aderir como consorciadas ou cooperadas dos centros de geração distribuída compartilhada em Minas Gerais. O empreendimento também está previsto para chegar a Pernambuco, mas ainda não há data para lançamento.

Já a empresa francesa será responsável pelo investimento inicial, construção e operação das sete fazendas fotovoltaicas envolvidas no projeto

Brasil tem 12,2 GW de GD

A geração distribuída alcançou em julho 12,2 GW de potência instalada no Brasil, dos quais 11,9 GW são de instalações fotovoltaicas, de acordo com dados da Aneel. Minas gerais lidera o ranking dos estados, com quase 2 GW de potência instalada, seguido por São Paulo (1,6 GW) e Rio Grande do Sul (1,4 GW).

No primeiro semestre deste ano, foram adicionados 2,9 GW de geração distribuída, com mais de 316 mil novas instalações fotovoltaicas, além de 19 usinas termelétricas e quatro eólicas, totalizando 316.159 conexões em 2022. 

Entre as regiões com maior quantidade anual de conexões, o Sudeste lidera o ranking, com 124.739; em seguida vem o Nordeste com 75.966 conexões anuais; o Sul, com 50.798 e, por último, o Norte, com 21.636.

Com o avanço no cenário da GD, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) projeta, até 2031, um acréscimo de quase três milhões de novos consumidores no Brasil.

Enquanto a capacidade instalada acumulada deve alcançar 37.218 MWp, mantendo a tendência de maior participação da energia fotovoltaica, com 91% do mercado.

Para este ano, associações do setor esperam que as novas conexões adicionem pelo menos 8 GW de potência e chegar a 15 GW até o final de 2022.

Setor elétrico discute valoração de atributos da GD

O Ministério de Minas e Energia (MME) recebeu 32 contribuições do setor elétrico e sociedade civil na consulta pública que deve servir como base para definir os cálculos de valoração da geração distribuída no Brasil. 

A consulta foi aberta no dia 23 de junho, com prazo máximo para receber sugestões até o dia 15 de julho e é um desdobramento da lei 14.300/2022 sancionada em janeiro, que retira os subsídios para a geração própria — com preservação das regras atuais até 2045 para os sistemas já instalados e para novos que clientes que fizerem o pedido de conexão com a rede até janeiro que vem.

Para compensar a retirada de incentivos, o novo marco legal da micro e minigeração de energia designou 18 meses para que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e a Aneel estabeleçam diretrizes e regras para valoração de custos e benefícios, que serão apropriados pelos prosumidores — consumidores que geram a própria energia — após o período de transição.

Ao CNPE caberá estabelecer diretrizes, enquanto a Aneel fará os cálculos para valoração dos custos e benefícios da modalidade.