BRASÍLIA — A Shell Overseas Investment BV, uma subsidiária da Shell, anunciou nesta terça (9/8) a conclusão da aquisição de 100% da Solenergi Power Private Limited e, com ela, o grupo de empresas Sprng Energy da Actis, investidora global em infraestrutura sustentável.
O acordo foi anunciado no final de abril deste ano, no valor de US$ 1,55 bilhão, sujeito a ajustes.
Criada em 2017, a Sprng Energy é uma plataforma de energia renovável com sede em Pune, na Índia, que desenvolve e gerencia instalações de energia renovável, como parques solares e eólicos e ativos de infraestrutura.
De acordo com a Shell, os ativos solares e eólicos adquiridos por meio do acordo triplicarão a capacidade renovável atual da empresa, ajudando a concretizar sua estratégia Powering Progress.
“Uma parte importante do Powering Progress é desenvolver um negócio de energia integrado, que ajudará a Shell a atingir sua meta de se tornar um negócio lucrativo de energia com emissões líquidas zero até 2050″, diz em nota.
Investimentos no Brasil
O Brasil também está na rota de investimentos renováveis da Shell. No final de maio, a subsidiária brasileira focada em opções sustentáveis assinou um protocolo de intenções com o Governo de Minas Gerais para investimento de aproximadamente R$ 7 bilhões em energia solar.
O acordo prevê estudos para instalação de cinco complexos solares nas cidades de Corinto, na região Central, no município de Arinos; em Brasilândia de Minas, no Noroeste; além de Janaúba e Várzea da Palma, no Norte do estado.
Se todas as usinas solares forem construídas, os complexos podem gerar, juntos, até 2,1 GW, o equivalente ao consumo de uma cidade de dois milhões de habitantes.
As obras devem começar a partir de janeiro de 2023, com previsão do primeiro complexo entrar em operação em janeiro de 2025.
Hidrogênio verde no Porto do Açu
Outra solução no horizonte é o hidrogênio. Shell Brasil e Porto do Açu firmaram, também em maio, um memorando de entendimento para desenvolvimento conjunto de uma planta-piloto de geração de hidrogênio verde nas instalações do complexo portuário, localizado em São João da Barra, na região norte do Rio de Janeiro.
A unidade deverá ficar pronta em 2025 e terá capacidade inicial de 10 megawatt (MW) — podendo chegar a 100 MW no futuro.
Inicialmente, a planta de eletrólise será abastecida com a energia elétrica oriunda da rede.
O principal produto será o hidrogênio renovável. Parte da produção será destinada à armazenagem e posterior envio a potenciais consumidores.
O hidrogênio remanescente será destinado à planta de geração de amônia renovável.
O plano da petroleira é construir a unidade com os recursos da cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da ANP. A Shell prevê investir entre US$ 60 milhões e US$ 120 milhões em PD&I em 2022.