Energia

Shell anuncia projeto-piloto de hidrogênio verde no Porto do Açu

Petroleira planeja investir em unidade com capacidade inicial de 10 MW, e operação prevista para 2025

Shell anuncia projeto-piloto de hidrogênio verde no Porto do Açu. Na imagem, André Araujo, presidente da Shell. Executivo diz que projeto fomentará o desenvolvimento de toda a cadeia de valor da geração de hidrogênio renovável
André Araujo, presidente da Shell, diz que projeto fomentará o desenvolvimento de toda a cadeia de valor da geração de hidrogênio renovável (Foto: Ulisses Matandos)

RIO – A Shell Brasil e o Porto do Açu assinaram nesta quinta-feira (19/5) um memorando de entendimento para desenvolvimento conjunto de uma planta-piloto de geração de hidrogênio verde nas instalações do complexo portuário, localizado em São João da Barra, na região norte do Rio de Janeiro.

A unidade deverá ficar pronta em 2025 e terá capacidade inicial de 10 megawatt (MW) – podendo chegar a 100 MW no futuro.

Inicialmente, a planta de eletrólise será abastecida com a energia elétrica oriunda da rede.

O principal produto será o hidrogênio renovável. Parte da produção será destinada à armazenagem e posterior envio a potenciais consumidores.

O hidrogênio remanescente será destinado à planta de geração de amônia renovável.

O plano da petroleira é construir a unidade com os recursos da cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da ANP. A Shell prevê investir entre US$ 60 milhões e US$ 120 milhões em PD&I em 2022.

Apenas a primeira fase do projeto poderá demandar de US$ 20 milhões a US$ 40 milhões em investimentos, segundo informações da Reuters.

A regra determina o aporte, na área de PD&I, de até 1% da receita bruta gerada por campos de grande rentabilidade ou com grande volume de produção — aqueles nos quais incidem a cobrança de participação especial (PE). A Shell Brasil deverá investir entre US$ 60 milhões e US$ 120 milhões em PD&I em 2022.

Relembre: Os contratos de concessão de exploração e produção de óleo e gás obrigam as empresas a investir, na área de PD&I, até 1% da receita bruta gerada por campos de grande rentabilidade ou com grande volume de produção — aqueles nos quais incidem a cobrança de participação especial (PE).

“Almejamos com este piloto fomentar todo o desenvolvimento da cadeia de valor da geração de hidrogênio renovável, desde os fornecedores da tecnologia, passando pelo domínio da operação de planta até a formação de mão-de-obra especializada. Além disso, pretendemos viabilizar uma série de provas de conceito referente à descarbonização de setores. Será um verdadeiro laboratório de geração de conhecimento e valor tanto para a Shell quanto para o país,” declarou o presidente da Shell Brasil, André Araujo, em nota.

Globalmente, a Shell tem projetos de geração de hidrogênio na Alemanha, Países Baixos e China.

Cobrimos por aqui

Eólica offshore no Açu

Segundo apuração da agência epbr, a Shell também vem sendo sondada pelo governo do Ceará a assinatura de um memorando de entendimento para a instalação de uma planta de hidrogênio verde no Porto de Pecém, onde a companhia também possui um projeto de eólica offshore em licenciamento.

Recentemente, a Shell Brasil deu início ao licenciamento ambiental junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) de seis projetos de geração de energia eólica offshore no Brasil, que somam mais de 17 GW de potência, um deles nas imediações do Porto do Açu, com 3GW de capacidade.

As eólicas offshore são apontadas como uma solução para a produção de hidrogênio e amônia verde, que demanda um enorme volume de eletricidade de fontes renováveis que os projetos em alto mar são capazes de suprir.