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Diálogos da Transição
APRESENTADA POR
Editada por Nayara Machado
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A série de debates dos Diálogos da Transição volta em julho.
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A GFANZ, aliança formada por instituições financeiras em Glasgow, na Escócia, em novembro passado, para acelerar a transição para emissões líquidas zero até 2050, lançou hoje (15/6) uma consulta sobre seu Plano de Transição Net-zero para o setor.
Segundo o grupo, a estrutura comum divulgada hoje permitirá que uma instituição financeira demonstre e as partes interessadas julguem a credibilidade de seu plano e a consistência do financiamento com a limitação do aquecimento global a 1,5°C.
Cerca de 130 países, representando 90% do PIB global, assumiram compromisso de emissões líquidas zero. Mais de 10 mil empresas, organizações ou governos subnacionais aderiram à campanha Race to Zero da ONU, para zerar emissões até 2050.
Mas o fluxo de capital para essa mudança — que vai exigir investimentos trilionários — ainda não está muito bem alinhado com as expectativas.
No final de março, a Reclaim Finance revelou que apesar dos compromissos de investidores em restringir apoio à indústria de petróleo e gás, suas políticas falham quando o assunto é alinhar os negócios com as metas até 2050.
De acordo com dados do Rastreador de Políticas de Petróleo e Gás, 74 instituições signatárias da GFANZ ainda não tinham implementado políticas de exclusão de petróleo e gás. E 20 delas não têm políticas sobre os negócios de O&G.
“A ambição não é suficiente — um plano de transição de zero líquido estabelece as etapas para as instituições financeiras gerarem um plano e executá-lo. Não podemos esperar por todas as respostas — a hora é agora”, diz Amanda Blanc, CEO do Grupo Aviva.
A coalizão global reúne mais de 500 firmas-membro de todo o setor financeiro, incluindo bancos, seguradoras, proprietários e gestores de ativos, entre outros, representando cerca de 40% dos ativos financeiros privados globais.
“Agora é a hora de o setor financeiro cumprir nossos compromissos, e ter uma estrutura de ação comum ajudará a garantir que haja uma resposta imediata e coletiva às mudanças climáticas”, comenta Jane Fraser, CEO do Citi.
A executiva reconhece que atingir o zero líquido será um dos maiores desafios da atual geração e exigirá financiamento responsável em todos os setores intensivos em carbono.
Cobrimos por aqui:
- Majors asseguram apoio de acionistas para manter planos de descarbonização na mira de ativistas
- Bancos centrais defendem taxonomia global para finanças verdes
- Investidores reconhecem metas, mas cobram estratégias para descarbonização
- EUA querem que empresas revelem riscos de mudanças climáticas
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Com as recomendações publicadas hoje, a GFANZ identificou quatro abordagens essenciais para as instituições financeiras:
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Financiar o desenvolvimento e dimensionamento de tecnologias ou serviços net-zero para substituir fontes de alta emissão;
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Aumentar o suporte para empresas que já estão alinhadas a um caminho de 1,5°C;
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Permitir que empresas de economia real de alta e baixa emissão alinhem a atividade de negócios de forma consistente com um caminho de 1,5°C para seu setor;
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Acelerar a eliminação gradual gerenciada de ativos de alta emissão por meio da aposentadoria antecipada.
“Para reduzir as emissões globais pela metade até 2030 e atingir a meta de emissões líquidas zero até 2050, precisamos aumentar significativamente o capital privado para empresas e ativos que estão permitindo a transição líquida zero. Mas sem uma estrutura clara para a transição, o progresso será difícil de alcançar”, diz Mary Schapiro, vice-presidente da GFANZ.
O grupo também publicou um conjunto de ferramentas para colaboração entre instituições financeiras, empresas, setor público e sociedade, entre elas, a elaboração de relatório sobre a eliminação gradual gerenciada de ativos de alta emissão.
“Preenchendo as lacunas de políticas públicas e regulamentações climáticas ambiciosas, a GFANZ desenvolveu uma linha de base global para as instituições financeiras transformarem seus compromissos em ação imediata”.
A consulta pública vai até 27 de julho. Veja aqui (em inglês)
No Brasil
Presidenciáveis falam pouco sobre clima, mostra o Observatório das Eleições 2022. Realizado pela vert.se, com base nas ações dos perfis oficiais de cada um dos presidenciáveis nas mídias sociais, o estudo aponta que, entre 1º de junho de 2021 e 1º de junho de 2022, os quatro principais candidatos ao Planalto fizeram apenas 35 posts, ao todo, sobre o tema no Instagram e Twitter.
Entre os presidenciáveis, o mais ativo foi Lula (PT), com 12 menções ao tema no Twitter e três no Instagram. Em seguida, veio Ciro Gomes (PDT), com sete e duas postagens, respectivamente.
Jair Bolsonaro (PL), por sua vez, mencionou o tema três vezes no Twitter e quatro no Instagram. Já Simone Tebet (MDB) postou quatro textos no Instagram.
Chamada de R$ 50 mi para hidrogênio e novos combustíveis: O MCTI lançou nesta quarta (15/6) uma chamada pública de R$ 50 milhões para incentivar pesquisas na área de combustíveis sustentáveis como bioquerosene, hidrogênio verde e biometano.
São três linhas temáticas de produção de combustíveis sustentáveis: para motores de ignição por compressão (R$ 15 mil), para aviação (R$ 20 mil) e produção, armazenamento e uso do hidrogênio nos transportes (R$ 15 mil).
As empresas terão que apresentar uma planta piloto ou uma planta demonstrativa de processos de produção de combustíveis sustentáveis. Cada projeto poderá receber de R$ 1 milhão a R$ 7,5 milhões. O valor de contrapartida varia de acordo com o porte da empresa.
Petrobras e Raízen no biometano As companhias assinaram um acordo para avaliar, em conjunto, potenciais negócios na área de biometano, incluindo produção, compra e venda do produto.
As partes também avaliarão em conjunto o desenvolvimento de soluções de logística de entrega do combustível renovável nas refinarias da estatal.
A Raízen produz o biometano a partir de resíduos da cana-de-açúcar (vinhaça e torta de filtro) e a Petrobras tem interesse no uso do combustível nas operações de seu parque de refino.
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