Sergipe ganhará gasoduto de 128 km para escoar gás natural produzido em águas profundas

O gasoduto terá trecho submarino com 100 km e trecho terrestre com 28 km, chegando em terra pelo município de Barra dos Coqueiros

Sergipe ganhará gasoduto de 128 km para escoar gás natural produzido em águas profundas

 A Petrobras vai instalar um gasoduto de 128 km de extensão para escoar a produção de gás natural dos projetos de produção dos reservatórios de Farfan, Barra e Muriú, na área dos blocos exploratórios BM-SEAL-10 e BM- SEAL-11, em águas profundas da Bacia de Sergipe-Alagoas. A produção do módulo 1 da região será feita a partir de um FPSO com primeiro óleo previsto para outubro de 2023.

O projeto atual prevê que a produção do campo será feita por um FPSO com capacidade de 100 mil barris por dia e 8,5 milhões de m³ por dia de gás natural interligado a 15 poços, sendo cinco produtores de óleo, quatro injetores de água conversíveis a injetores de gás, três injetores de água e três produtores de gás. O óleo será escoado por offloading.

O gasoduto terá trecho submarino com 100 km e trecho terrestre com 28 km, chegando em terra pelo município de Barra dos Coqueiros. Segundo dados do IBGE, a cidade tem pouco mais de 29 mil habitantes. Em 2016, ainda de acordo com dados do IBGE, o salário médio mensal na cidade era de 2,1 salários mínimos.

O duto terá 12″ de diâmetro (mesmo diâmetro do trecho submarino) e deverá operar com pressões em torno de 115 kgf/cm² de forma a atender as pressões mínimas para o processamento na UTG-SE. O trecho terrestre vai até a área onde se pretende instalar a Unidade de Tratamento de Gás de Sergipe (UTG-SE), município de Japaratuba. A cidade tem pouco mais de 18 mil habitantes, também de acordo com dados do IBGE.

O projeto prevê a antecipação da produção de gás antes da conclusão da nova UTG, através do aproveitamento de estruturas de transporte e processamento de gás existentes na UO-SEAL. Assim, o traçado do gasoduto possibilitará a interligação do FPSO ao campo de Caioba, a cerca de 95 km do FPSO, através de um gasoduto de aproximadamente 26 km de extensão. A partir do Campo de Caioba, o gás será transportado para o Polo Atalaia, em Aracaju, onde atualmente é feito o processamento de todo o gás produzido nos campos de águas rasas. O Polo Atalaia possui infraestrutura para o armazenamento de GLP e C5+, e para a compressão do gás tratado.

A Petrobras também projeta a instalação de um segundo FPSO na região para o desenvolvimento da produção dos reservatórios de Moita Bonita (concessões dos BM-SEAL-10 e BM-SEAL-4) e de Poço Verde (concessão do BM-SEAL-4A). Este projeto, contudo, ainda está em fase de estudos preliminares, diz a empresa, e depende dos resultados de poços exploratórios a serem perfurados em 2019. Uma maior definição do segundo módulo está prevista para ocorrer em dezembro de 2020 com a provável declaração de comercialidade das descobertas.

Já é certo, contudo, que o desenvolvimento da produção acontecerá de maneira similar ao primeiro projeto. Um FPSO com capacidade para 100 mil barris, escoamento de óleo por offloading e do gás natural por duto para um UTG.

A Petrobras está atualmente vendendo participações minoritárias nos projetos de desenvolvimento da produção das descobertas de águas profundas na Bacia de Sergipe-Alagoas. Batizado internamente como Santana, o projeto de desinvestimento foi lançado em maio e está atualmente em fase de vinculante