RECIFE — O grupo Ser Educacional espera alcançar uma economia de 88% na conta de energia com a instalação de uma usina solar fotovoltaica no Agreste de Pernambuco, para abastecer 12 de suas unidades universitárias.
Instalada em Caruaru, a usina já gerou, desde o dia 15 de fevereiro, mais de 318,6 MWh — o volume de energia também evitou a emissão de 34,6 ton de CO2, o equivalente a plantar 148 árvores, informa o grupo. A longo prazo, a redução de emissões é calculada em 207,81 toneladas por ano.
A usina solar do grupo Ser Educacional utiliza placas fotovoltaicas para transformar a luz do sol em eletricidade e enviá-la para outros locais por meio de linhas de distribuição. A estrutura é formada por 2.212 módulos, com placas bifaciais e nove inversores, tendo a capacidade de 1,2 MW de pico. O sistema também deve produzir 2,3 GWh de energia ao ano.
O investimento teve um custo de R$ 4,5 milhões e vai abastecer todas as unidades de baixa tensão pertencentes ao grupo no estado, além de algumas unidades de alta tensão que ainda não estão no mercado livre de energia.
Com a economia de 88%, o grupo privado de educação espera obter o retorno do investimento em um período menor que três anos.
“Com a criação desta usina, além de gerar energia elétrica limpa para as nossas Instituições de Ensino Superior na região, ainda teremos uma redução de custos da empresa, se pensarmos a longo prazo”, afirma Jânyo Diniz, presidente do Ser Educacional.
A energia gerada pela usina solar do Ser Educacional será injetada na rede da Neoenergia de Pernambuco. Em março, um dos meses considerados mais chuvosos no Agreste pernambucano, a usina produziu energia equivalente a 50% do consumo das unidades atendidas no mesmo período de 2019.
GD ganha espaço em Pernambuco
Segundo o gerente de Relacionamento com Grandes Clientes da Neoenergia, Rafael Motta, Pernambuco tem cerca de 32 mil unidades abastecidas por energia fotovoltaica, somando 18 mil que produzem para consumo próprio e outras 14 mil que também são atendidas.
“Recebemos, em média, 2 mil projetos de geração distribuída por mês e ligamos, aproximadamente, 1,5 mil. O crescimento em 2021 foi de 200%”, comunicou Motta em um evento do setor no final do ano passado.
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Segundo Motta, o Sertão é uma das regiões mais procuradas por consumidores interessados em projetos de energia solar, mas ainda há limitação para o escoamento da produção.
Já no Arquipélago de Fernando de Noronha, as duas usinas solares instaladas na ilha em 2017 respondem por 10% do consumo de energia do local.
O Governo de Pernambuco tem feito parcerias com a Neoenergia nas macrorregiões, tanto na construção de subestações como de linhas de transmissão, e espera ampliar a geração e distribuição da energia solar com os novos leilões federais de energia.
No ano passado, Pernambuco recebeu a instalação, pela empresa espanhola Solatio, do maior complexo de energia solar do país em São José do Belmonte (Sertão Central).
A primeira das três usinas já foi inaugurada e, quando o empreendimento estiver concluído, serão gerados até 810 megawatts (MW), o bastante para abastecer 800 mil famílias. O projeto é fruto de um investimento de R$ 3 bilhões e ocupa uma área de 186,9 hectares.
Geradores nas escolas municipais do Recife
A prefeitura do Recife lançou em novembro passado a seleção de 20 escolas da Rede Municipal de Ensino para receber geradores de energia fotovoltaica. A gestão municipal também planeja estender a aplicação dos painéis solares para toda a rede de ensino da cidade em até quatro anos.
As ações fazem parte do projeto Recife Cidade da Eficiência Energética (RCEE), com orçamento previsto de R$ 90 milhões para instalação de painéis solares fotovoltaicos em equipamentos públicos nas áreas de saúde, educação, esporte e no edifício-sede da Prefeitura.
O objetivo é incentivar a aprovação de novos projetos e impulsionar a adaptação de edificações existentes à condição de construção sustentável.
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Segundo o prefeito João Campos (PSB), o projeto busca o engajamento da comunidade escolar na implantação dos equipamentos, além de trabalhar a importância da geração de energia limpa e consumo consciente entre trabalhadores da educação, alunos e familiares.
Ainda não foi divulgado o período em que a prefeitura deve, de fato, construir as usinas nas escolas. Em janeiro deste ano, a prefeitura abriu o edital de chamamento público para o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para geração de energia fotovoltaica.
O recurso deve permitir que as empresas e consultorias interessadas sejam credenciadas para elaborar uma Parceria Público-Privada (PPP) para adoção de soluções que reduzam os custos com energia elétrica em equipamentos públicos, por meio de usinas de energia fotovoltaica.
A expectativa é que a futura parceria consiga reduzir de 10% a 15% os gastos com energia elétrica no orçamento público da cidade, já que, por mês, são gastos em média R$ 6 milhões em despesas com energia elétrica junto à concessionária Neoenergia Pernambuco.