Combustíveis e Bioenergia

Senado vota projetos dos combustíveis enquanto governo busca como segurar preços

Presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, foi convidado por comissão do Senado para explicar dividendos pagos

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, durante ssinatura da Medida Provisória sobre o Mercado de Combustíveis. Foto: Marcos Corrêa/PR
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, durante ssinatura da Medida Provisória sobre o Mercado de Combustíveis. Foto: Marcos Corrêa/PR

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Está na pauta desta quarta-feira (9/3) do Senado Federal a votação do PLP 11/20, que altera o ICMS dos combustíveis, e do PL 1472/21, que propõe a criação de um fundo de estabilização para os preços e de uma política nacional de precificação. Os dois projetos são relatados pelo senador Jean Paul Prates (PT/RN).

— A guerra da Ucrânia e a disparada no preço do petróleo criou um senso de urgência para a votação, segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG). “Mais do que nunca, diante do aumento do valor do barril de petróleo, precisamos tomar medidas que impeçam a elevação do preço dos combustíveis”, disse ele.

Os projetos de lei entraram na pauta do Senado pela primeira vez em 16 de fevereiro. Entretanto, críticas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL), quanto ao PLP 11/20 e preocupações do mercado com o PL 1472/21 adiaram a votação e intensificaram as negociações para ajustes nos textos.

— Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP/PI), Economia, Paulo Guedes, de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reúnem-se nesta manhã para discutir soluções para os preços dos combustíveis.

— De olho nas eleições, Bolsonaro intensificou o ataque à política da Petrobras de alinhamento aos preços internacionais, o PPI, e prometeu mudanças. Para fazer isso, tem o apoio da ala política do governo. Mas é criticado pela Economia.

— A Petrobras não reajusta seus preços nas refinarias desde 12 de janeiro, e importadores apontam crescente defasagem entre os preços internos e os internacionais. A empresa disse que acompanha a crise na Ucrânia para fazer novos reajustes, mas claramente a pressão política a impede de ajustar seus preços.

Senado convida Petrobras para explicar dividendos Com o resultado financeiro da Petrobras em 2021 — lucro líquido de R$ 106 bilhões e distribuição de R$ 101 bilhões em dividendos —, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, nessa terça-feira, um requerimento para que o presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna, vá ao colegiado para explicar a distribuição de dividendos.

— O requerimento estende o convite a Rodrigo Araújo Alves, diretor executivo financeiro e de relacionamento com investidores, e Rodolfo Landim, indicado recentemente para presidir o Conselho de Administração da Petrobras.

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GUERRA NA UCRÂNIA

EUA interrompem importação de óleo, carvão e gás da Rússia O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou nessa terça (8/3) que serão interrompidas todas as importações para o país de óleo, carvão e gás natural da Rússia, em resposta à invasão da Ucrânia. “Não vamos subsidiar a guerra de Putin”, disse Biden.

— A Rússia exporta de 4 a 5 milhões de barris de petróleo/dia. Os EUA têm cerca de 8% de suas importações líquidas oriundas do país, segundo a Reuters.

— Os estoques de petróleo nos EUA avançaram 2,8 milhões de barris na semana encerrada em 4 de março, estimou nessa terça (8/3), o American Petroleum Institute (API). Estadão

Reino Unido prevê corte até o fim do ano O Reino Unido eliminará gradativamente as importações russas de petróleo e derivados até o final de 2022, disse o ministro dos Negócios, Kwasi Kwarteng, nessa terça (8/3), pedindo às empresas que usem o período para garantir uma transição suave. Reuters

União Europeia lança plano de “independência dos fósseis” A Comissão Europeia propôs o esboço de um plano para tornar a Europa independente dos combustíveis fósseis russos antes de 2030, começando pelo gás.

— Batizada de REPowerEU, a ação conjunta vai procurar diversificar o fornecimento de gás, acelerar a implantação de gases renováveis e substituir o gás no aquecimento e na geração de energia. “Isso pode reduzir a demanda da UE por gás russo em dois terços antes do final do ano”, diz o comunicado da Comissão Europeia.

Petróleo sobe ainda mais … A sanção dos EUA ao petróleo russo foi um novo impulso para a commodity. Após superar os US$ 130, o Brent para maio fechou a sessão com ganho de 3,87% (US$ 4,77), a US$ 127,98 o barril. Já o WTI para abril fechou em alta de 3,60% (US$ 4,30), a US$ 123,70, maior nível em 14 anos. Estadão

… E Rússia prevê barril a US$ 300 O vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, advertiu que os preços do petróleo podem subir para mais de US$ 300 por barril se EUA e a União Europeia proibirem as importações de petróleo do país. A declaração foi feita antes de EUA e Reino Unido anunciarem a medida. CNN

— Em reação às sanções, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou decreto proibindo a importação e exportação de alguns itens até o final deste ano. A lista de produtos e países que sofrerão a sanção será divulgada até quinta (10/3), segundo a agência de notícias russa RIA Novosti. Veja

Cade aprova compra da Gaspetro pela Compass… A Superintendência-Geral (SG) do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a compra, sem restrições, do controle da Gaspetro pela Compass, subsidiária do grupo Cosan. A decisão foi publicada nessa terça (8/3).

— O negócio de R$ 2 bilhões, fechado em 2021 com a Petrobras, envolve a entrada do grupo Cosan em 18 distribuidoras de gás natural. A Mitsui detém os 49% restantes da Gaspetro.

… Mas associações vão recorrer da decisão A Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace) vai interpor recurso junto ao colegiado do Cade contra a aprovação da venda do controle da Gaspetro para a Compass. Segundo a entidade, o negócio “vai na contramão do novo Mercado de Gás Natural”.

— A ATGás, que representa as transportadoras, também confirmou à epbr que vai recorrer da decisão.

— A venda do controle da subsidiária da Petrobras também foi questionada em nota técnica da ANP, que recomendou ao Cade a realização de uma nova venda da Gaspetro. Procurada, a agência disse que não vai comentar a decisão.

PetroRio bate recorde de produção em fevereiro A PetroRio registrou recorde de produção em fevereiro, com média de 35.671 barris/dia. O destaque foi o cluster Polvo – Tubarão Martelo, que teve aumento de produção de mais de 1.000 barris/dia.

— A companhia explica o resultado com a melhor performance operacional do FPSO Bravo, associada à conclusão do workover dos poços de Tubarão Martelo pela KingMaker.

— A PetroRio ainda totalizou a venda de 1.810.777 barris de petróleo no mês passado.

Santander compra consultoria ESG WayCarbon O Grupo Santander anunciou acordo para comprar 80% da WayCarbon, líder no Brasil em consultoria ESG. O negócio foi fechado pela matriz espanhola, e o valor não foi revelado.

— Segundo o Santander, a WayCarbon tem assessorado organizações públicas e privadas em suas transições energéticas há 15 anos. Entre suas principais atividades está a originação e comercialização de créditos de carbono, informa o Valor.

— O banco espanhol é líder no mercado de CBIOs, créditos de descarbonização do Renovabio. Os preços do CBIO subiram 3,4% na semana encerrada em 4 de março, negociados a R$ 100,58 na média.

Guerra faz hidrogênio verde ficar mais barato que o cinza Análise da BloombergNEF aponta que a guerra na Ucrânia elevou os preços do gás natural ao ponto de tornar o hidrogênio verde mais barato que o cinza na Europa, Oriente Médio e África (Emea) e China.

— O hidrogênio cinza, produzido a partir de gás fóssil, agora está custando US$ 6,71/kg na região da Emea, em comparação com US$ 4,84-6,68/kg para o verde (usando eletrolisadores ocidentais). Na China, o custo do hidrogênio verde é de US$ 3,22/kg (usando eletrolisadores chineses), comparado a US$ 5,28/kg do cinza.

Airbus e Fortescue tentam viabilizar hidrogênio verde na aviação A fabricante de aviões europeia Airbus e a mineradora australiana Fortescue Future Industries (FFI) fecharam acordo para avaliar a redução de emissões de CO2 da aviação com o uso de hidrogênio verde. Um dos objetivos da parceria é colocar uma aeronave à base de hidrogênio em operação até 2035.

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