Offshore

Sem novas descobertas, produção offshore de petróleo no Brasil entrará em declínio a partir de 2027, diz Saboia

Diretor-geral da ANP defende a exploração de novas fronteiras exploratórias, como Margem Equatorial, para garantir segurança energética do país

Sem novas descobertas, produção offshore de petróleo no Brasil entrará em declínio a partir de 2027, diz ANP. Na imagem: Rodolfo Saboia, diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, durante a offshore week 2023, do estúdio epbr
Rodolfo Saboia, diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, durante a offshore week 2023, do estúdio epbr

RIO – Se o Brasil não perfurar novas fronteiras exploratórias e incorporar mais reservas de petróleo, a produção nacional offshore entrará em declínio já a partir de 2027, afirmou nesta segunda (26/6) o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rodolfo Saboia.

“É muito importante que tenhamos um olhar voltado para a importância do caráter estratégico da abertura de novas fronteiras exploratórias. Precisamos ter em mente que não é possível imaginar, hoje, as renováveis suprindo tudo o que vem dos combustíveis fósseis. Se nada fizermos, chegará o dia em que seremos importadores de petróleo, e não exportadores”, disse Saboia, ao participar da offshore week 2023, uma realização do estúdio epbr.

O diretor-geral da ANP destacou que a produção offshore continuará a crescer no médio prazo, com a entrada em operação de 20 novas unidades de produção entre 2023 e 2027.

No entanto, com base nas reservas 2P (provadas e prováveis), a produção nacional deve declinar rapidamente na próxima década se não houver reposição das reservas.

Por isso, segundo ele, é preciso acelerar a exploração offshore no país.

Uma das fronteiras exploratórias mais promissoras do país, a Margem Equatorial, enfrenta resistências no licenciamento ambiental.

O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Mendes, afirmou que a empresa trabalha para esclarecer todas as dúvidas do Ibama e que acredita na obtenção da licença ambiental para perfuração na região.

Em maio, o órgão ambiental negou a licença para a campanha de perfuração da Petrobras na Bacia Foz do Amazonas.

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O diretor da Petrobras reafirmou que a Margem Equatorial segue como uma das prioridades do portfólio de exploração da companhia e que a descoberta de novas reservas é “muito importante para a segurança energética do país”.

Ele destacou que, embora o Brasil tenha ampliado o número de reservas nos últimos dois anos, a previsão atual é que, sem novas descobertas, em menos de 13 anos todo o petróleo brasileira seja consumido – se mantido o atual patamar de produção, da ordem de 3,2 milhões de barris/dia.