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Repsol Sinopec anuncia acordo para primeiro projeto de remoção de carbono do ar no Brasil

Parceria com PUCRS e startup alemã pretende avançar na implementação do primeiro projeto da América Latina de inovação aberta para remoção de CO2 atmosférico

Repsol Sinopec anuncia acordo com PUCRS e startup alemã para primeiro projeto de remoção de CO2 do ar no Brasil. Na imagem: Exploração de petróleo offshore da Repsol Sinopec na Bacia de Campos (Foto: Divulgação/Repsol Sinopec Brasil)
Exploração de petróleo offshore da Repsol Sinopec na Bacia de Campos (Foto: Divulgação/Repsol Sinopec Brasil)

BRASÍLIA – A petroleira Repsol Sinopec Brasil assinou nesta terça (6/12) um acordo de desenvolvimento comum com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e a startup alemã DACMa GmbH para desenvolver a tecnologia de remoção de CO2 do ar (DAC, na sigla em inglês) e avaliar opções para seu armazenamento geológico, com objetivo de abater emissões.

Segundo a companhia, o projeto é pioneiro na América Latina e parte do programa de pesquisa da Repsol Sinopec com foco em tecnologias para gestão do carbono das atividades de exploração e produção de petróleo.

O grupo tem meta de zerar as emissões líquidas em todas as suas atividades até 2050. Para isso, definiu um roteiro de descarbonização apostando no desenvolvimento de novas tecnologias de captura, uso e armazenamento de carbono (CCUS, em inglês) e tecnologias de emissões negativas.

A primeira fase do projeto no Brasil prevê a implementação de uma planta DAC experimental, com um equipamento capaz de absorver 300 toneladas de dióxido de carbono por ano, alimentado por painéis de energia solar.

Além disto, serão realizados estudos para identificação de locais ideais para armazenamento do CO2 em rochas basálticas.

O grupo acredita que a tecnologia DAC combinada com a mineralização de basalto pode ser uma alternativa tecnológica de grande potencial para remoção e armazenamento de carbono.

O Brasil foi escolhido como primeiro país para receber o projeto por sua geografia privilegiada, com a presença de antigas formações basálticas ao longo de grande parte do território.

O DAC SI (Direct Air Capture System Integration) será desenvolvido no conceito de inovação aberta, que reúne indústria, centros de pesquisa e universidades para viabilizar a tecnologia em grande escala futuramente.

“As soluções tecnológicas mais eficientes são, por vezes, fruto do aprendizado obtido com a análise dos processos naturais, como acontece nas florestas, que são uma fonte de inspiração para o desenvolvimento de novas tecnologias para captar o CO2 da atmosfera e fixá-lo”, explica Federico Giannangeli, diretor de Tecnologia para E&P da Repsol.

“O Brasil oferece o ecossistema perfeito para a coexistência entre natureza e tecnologia, e tem potencial para oferecer um caminho de descarbonização massiva em escala global”, completa.