BRASÍLIA — A geração hidráulica, eólica e solar respondeu por 91,4%, na média, da energia elétrica distribuída pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), entre os meses de janeiro e abril, de acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A maior parte da carga foi atendida pelas hidrelétricas, que responderam por cerca de 77,2% da geração do período, em média. Eólica atendeu a 11,5% da demanda, solar 2,7%.
Por mês, as renováveis responderam por 91% da distribuição no SIN em janeiro, 92,6% em fevereiro, 92,4% em março e tiveram uma ligeira queda para 89,4% em abril.
Segundo o ONS, os números atestam que o Brasil tem uma capacidade elevada de geração de energia limpa, se comparado com outros países.
“O sistema elétrico brasileiro já é sustentado por fontes renováveis que também oferecem segurança energética, isto é, conseguem atender plenamente às demandas de carga e potência”, diz o operador.
A participação de geração das fontes renováveis entre janeiro e abril de 2023 foi superior à mediana do mesmo período de 2022 (87,8%).
Entre os motivos para o alto aproveitamento dos recursos renováveis, o ONS lista a ampliação do número de usinas, o crescimento das fontes renováveis, notadamente eólica e solar, assim como os bons resultados de Energia Armazenada (EAR) no período úmido de 2022/2023.
Energia Armazenada
Em abril de 2023, a energia armazenada, ou seja, a capacidade de gerar eletricidade pela força das águas, no Sudeste e Centro-Oeste registrou 86,2%, o melhor resultado para o mês de abril desde 2011 (87,8%). O avanço ante o abril de 2022 foi de 19,7 p.p. (66,5%).
As indicações de EAR no Sudeste e Centro-Oeste para o final de outubro de 2023 estão entre 73,4%, no cenário inferior, e 88%, no superior, de acordo com o ONS.
O órgão avalia que, mesmo que se confirme a estimativa mais baixa, será a melhor EAR para o subsistema ao final do mês de outubro em toda a série histórica, iniciada em 2000.
O SIN apresenta uma projeção similar, com a possibilidade de atingir o patamar mais alto de EAR ao final de outubro do histórico, com as perspectivas variando entre 70,4% e 81,6%.
2,4 GW renováveis no 1º trimestre
A matriz elétrica brasileira fechou o primeiro trimestre de 2023 com expansão de 2,7 gigawatts (GW) de capacidade instalada, o dobro do crescimento verificado no mesmo período de 2022, de 1,3 GW.
Os dados divulgados nesta quinta (5/4), pela Aneel, mostram que a expansão ocorreu com a entrada em operação comercial de 82 novas usinas até 31 de março.
Dessas, 44 são eólicas (1.485 MW), 23 solares fotovoltaicas (920,2 MW), 10 termelétricas (278,1 MW), quatro pequenas centrais hidrelétricas (59,8 MW) e uma central geradora hidrelétrica de capacidade reduzida (3,4 MW).
Juntas, solar e eólica representam 87,6% da capacidade instalada no ano.
Considerando apenas o mês de março, 28 usinas adicionaram 708,4 MW à matriz.
Cerca de 338,5 MW vindos de 17 parques eólicos e mais 340,3 MW de instalações solares fotovoltaicas.
De acordo com a Aneel, as usinas que começaram a operar este ano estão distribuídas em 13 estados de quatro regiões brasileiras.
Por estado, Minas Gerais lidera nas instalações, com 827,7 MW, seguido pelo Rio Grande do Norte (666,4 MW), Bahia (501,6 MW) e Piauí (276,4 MW).
No total, o Brasil somou 191.323,9 MW de potência fiscalizada até 31 de março, com 83,6% das usinas consideradas renováveis.