Refinaria em Qingdao será modelo para Sinopec no Maranhão

O vice-governador Carlos Brandão (seg. esquerda para direita) em comitiva com representantes da Sinopec na China
O vice-governador Carlos Brandão (seg. esquerda para direita) em comitiva com representantes da Sinopec na China
O vice-governador Carlos Brandão (seg. esquerda para direita) em comitiva com representantes da Sinopec na China
O vice-governador Carlos Brandão (seg. esquerda para direita) em comitiva com representantes da Sinopec na China

A refinaria da Sinopec na região de Qingdao, na China, deve ser a referência para o projeto que a empresa chinesa vai implantar no estado do Maranhão, onde a Petrobras construiria a Refinaria Premium I, no município de Bacabeira, região metropolitana de São Luís. A refinaria chinesa foi construída em dois anos e tem capacidade para processar 200 mil barris por dia de petróleo. A refinaria no Maranhão demandaria investimentos entre US$ 7 e US$ 10 bilhões.

Toda negociação entre o governo do Maranhão e Sinopec está sendo tocada pelo vice-governador do estado, Carlos Brandão, que esteve com uma comitiva na China no mês de setembro. Os chineses tiveram vantagem no projeto já que possuem mercado consumidor, financiamento, engenharia, tecnologia, além do expertise em operação de refinarias.

“Trata-se da maior empresa chinesa em faturamento, a maior empresa de petróleo do mundo também em faturamento, atingindo US$ 283,6 bilhões anuais. É a maior empresa verticalmente integrada de refino e petroquímico do globo, incluindo no mesmo grupo de tecnologias de refino e petroquímica, engenharia de refino e petroquímica, construção de refinarias e petroquímicas, equipamentos para refinarias e petroquímicas bem como operações de plantas de refinarias e petroquímicas”, afirmou o vice-governador em setembro, após reunião em Pequim.

Nos bastidores, existiu uma forte disputa entre a Índia e a China. Os indianos estiveram pelo menos duas vezes no Maranhão e demonstraram interesse no projeto. Mais de quatro grupos da Índia trabalharam na parte técnica, inclusive tendo completado estudos e apresentado propostas. A China, no entanto, ficou na frente com as propostas de investimentos com as melhores soluções. Além da viabilidade técnica e econômica, existe afinidade política entre os governos.

O governo do Maranhão precisa ceder o terreno da refinaria Premium, que foi dado à Petrobras, para a Sinopec retomar o projeto.  

 

A Refinaria Premium I 

A Petrobras anunciou o cancelamento dos projetos das refinarias Premium em fevereiro de 2015, na gestão de Aldemir Bendine, hoje preso pela Operação Lava Jato. A petroleira contabilizou prejuízo de R$ 2,8 bilhões decorrente do cancelamento das unidades. A decisão foi tomada, de acorodo com a estatal, a partir da ausência de atratividade econômica, tendo em vista as taxas previstas de crescimento dos mercados interno e externo de derivados de petróleo, e também porque a empresa não conseguiu um parceiro econômico para a implantação das refinarias, condição prevista no Plano de Negócios e Gestão 2014-2018, do qual constavam os projetos.

A Sinopec, contudo, demonstrou interesse no projeto desde seu início. Em fevereiro de 2013, dois anos antes do cancelamento do projeto pela Petrobras, assinou carta de intenções para estudos em conjunto com a estatal brasileira para implantação da refinaria maranhense. 

De onde vem o óleo?

Parte do óleo que será usado para produção de derivados de petróleo na refinaria pode vir da própria produção chinesa no Brasil. A propria Sinopec tem hoje produção de 54,6 mil barris por dia no país, sendo 24 mil barris por dia referentes a sua participação de 30% na produção da Petrogal e outros 30 mil barris por dia na parceria com a Repsol. Em ambos os projetos a Sinopec é sócia indireta da produção do pré-sal.

 Se adicionarmos nessa conta a parcela da Sinhochem na produção do campo de Peregrino, operado pela Statoil no pós-sal da Bacia de Campos, o volume de óleo chinês no país aumenta para 83 mil barris por dia.