BRASÍLIA – Mesmo com reservatórios em baixa, a possibilidade de crise hídrica ainda é remota. A conclusão é da consultoria de energia PSR. Para que sejam mantidos níveis seguros, será necessário que as chuvas atinjam entre 75% e 80% das médias históricas até o ano que vem.
Atualmente, os reservatórios das regiões Nordeste e Sudeste estão em patamares próximos de 60% de energia armazenada. Por outro lado, as regiões Norte e Sul estão acima dos 80% de armazenamento.
Embora o armazenamento esteja abaixo da média histórica, o Sistema Interligado Nacional (SIN) se mantém distante dos níveis de 2021, quando foi registrada uma crise hídrica severa.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) anunciou, durante a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) de agosto, ações preventivas para conservar os reservatórios no período de seca.
Uma das medidas anunciadas foi diminuir o despacho de hidrelétricas da região Norte, para que seja possível atender os horários de maior demanda de carga nos meses de outubro e novembro.
Também haverá adiamento na manutenção das usinas e a antecipação de retorno de ativos disponíveis, para que o Sistema Interligado Nacional (SIN) possa ser coberto pela potência demandada.
Outras fontes de energia poderão suprir a “economia” dos reservatórios, de acordo com Celso Dall’Orto, head em Planejamento e Inteligência de Mercado da PSR.
“Em agosto, a produção de energia de fonte eólica na região Nordeste tende a aumentar e complementar a geração menor de hidrelétricas até novembro”, analisa.
Mesmo com o cenário adverso na região na região Norte, as medidas à disposição do ONS ajudam a contornar o risco, reforça o especialista.
“Para esse ano, vazões próximas a 75% da média histórica no Sudeste/Centro-Oeste seriam suficientes para o atendimento com mais tranquilidade. No caso de as vazões continuarem muito baixas e também não chover pelo menos 80% da média histórica no período úmido, o ONS irá acionar as térmicas de forma mais constante”, completou.
Em momentos de alta no consumo e queda na produção solar, como no fim da tarde, o ONS deverá acionar térmicas flexíveis.
O cenário de sobreoferta de energia solar, eólica e térmica e alta na micro e minigeração distribuída também é importante para afastar a crise.
Por mais que não veja riscos significativos, Dall’Orto acredita que os operadores precisam ficar vigilantes. “Temos que acompanhar a evolução das chuvas no fim do período seco e no período úmido”, finalizou.
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