Quem vai comprar o gás de Manati?

O campo de Manati é o único atualmente em produção na Bacia de Camamu. Foto: Cortesia Petrobras
O campo de Manati é o único atualmente em produção na Bacia de Camamu. Foto: Cortesia Petrobras

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Felipe Maciel, Guilherme Serodio e Larissa Fafá
Editada por Gustavo Gaudarde
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O teaser divulgado pela Petrobras para a venda do campo de Manati, em águas rasas da Bacia de Camamu (Bahia) informa que o acordo feito pela estatal com o Cade (TCC) para a abertura do mercado de gás natural restringe a aquisição de volume superior a 1 milhão de m³/dia de gás natural pela estatal.

— Manati chegou a produzir 4,5 milhões de m³/dia de gás natural em 2019, além de 400 barris/dia de condensado. A compra de 35% da Petrobras no campo dependerá de um contrato para comercializar essa produção potencial de 1,5 milhão de m³/dia (na média, foi de 1,3 milhão de m³/dia em 2019).

— Manter o arranjo atual, em que toda a produção é retirada pela Petrobras, dependerá de aval do Cade. As atuais sócias Enauta (45%), Geopark (10%) e PetroRio (10%) têm contratos de take or pay (pagamento mínimo) – a Petrobras declarou força maior para suspender as obrigações durante esse momento de crise.

— Empresas têm até 22 de maio para manifestarem interesse em Manati. Petrobras espera assinar os acordos de confidencialidade até 29 de maio. Venda tem assessoria financeira do J.P. Morgan.

— Há movimentos na Bahia para oferta de gás natural não-Petrobras: recentemente, a distribuidora do estado, a Bahiagás, pediu autorização para importar até 1,8 milhão de m³ de GNL no mercado spot, por meio do terminal de regaseificação, que está sendo arrendado pela Petrobras. Autorização vale por três anos.

— E investiu em infraestrutura para escoar gás natural da parcela da Alvopetro nos campos de Caburé, Caburé Leste, Cardeal Nordeste e Miranga, na Bacia do Recôncavo. A Alvopetro foi a primeira empresa a receber autorização para construir uma UPGN para um projeto sem participação da Petrobras.

Na Bolívia, a YPFB informou que fechou um novo adendo com a Petrobras para exportar um volume ininterruptível de 4 milhões de m³/dia de gás natural para o Brasil.

— A Petrobras reduziu para 10 milhões de m³/dia a importação da Bolívia. Em março, antes da crise, havia sido feita uma revisão do contrato com a YPFB para reduzir o volume máximo de 30 milhões de m³/dia original para uma faixa entre 14 milhões de m³/dia e 20 milhões de m³/dia.

— “Esta diminuição [para 10 milhões de m³/dia] afetava tecnicamente [a integridade] dos reservatórios e dos poços. Este contrato ininterruptível é de um máximo de 4 milhões de m³/dia justamente para cobrir esse déficit”, informou a emprsa.

Petrobras anunciou a reabertura da venda de 51% na Gaspetro, subsidiária que detém participação nas distribuidoras de gás natural do país. Os 49% restantes são da Mitsui Gás e Energia do Brasil, que tem preferência na compra.

— A fase de análise e habilitação de potenciais compradores se estenderá até o próximo dia 15 de maio, segundo teaser (pdf) divulgado nesta terça (5).

Ações da Petrobras reagiram positivamente aos movimentos de venda de ativos e à alta dos preços do petróleo Brent.

— Futuro do Brent, negociados em Londres, subiam 10,37%, cotados a US$ 30,02, na manhã desta terça (5) diante das perspectivas da desaceleração do crescimento de estoques. Investing.com

Petrobras busca capacidade adicional de tancagem de produtos junto a clientes, em decorrência da queda na demanda. Objetivo é destravar gargalos na produção de derivados que têm saída apesar da crise – GLP e combustível naval (bunker) com baixo teor de enxofre.

— Segundo a companhia, armazenagem de petróleo tem “folga razoável”, de acordo com informações da Folha.

A produção de gás natural no país caiu 5,6% em março na comparação com fevereiro, totalizando 122 milhões de m³/dia. A produção de petróleo foi de 2,973 milhões de barris/dia, alta de 0,01% na mesma base de comparação.

— A produção no pré-sal, que representa 66,7% de todo petróleo produzido no país, foi de 1,986 milhões de barris/dia, queda de 0,2 % em relação ao mês anterior. O campo de Lula, na Bacia de Santos, continua sendo o maior produtor país, com 877 mil barris/dia de petróleo e 37,9 milhões de m³/dia de gás.

STF derrubou a taxa de fiscalização criada no Rio de Janeiro em 2016 para cobrar um valor adicional sobre a produção de óleo e gás no estado. Por decisões judiciais, cobrança nunca entrou em vigor, mas de acordo com associações do setor, provisionamento para a despesa era da ordem de R$ 10 bilhões.

— Ações movidas pela Associação Brasileira de Empresas de Exploração e Produção de Petróleo e Gás (Abep) e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Valor

A produção total de etanol na safra 2020/21 é estimada em cerca de 32 bilhões de litros, redução de 10,3% em relação ao ciclo anterior, de acordo com a Conab. Resultado da mudança no mix para privilegiar a produção de açúcar, que apesar de também registrar queda no faturamento, tem margens parcialmente preservadas pela alta do dólar. Reuters

Há 1.754 pessoas em quarentena por confirmação de covid-19 em empresas e órgãos vinculados ao Ministério de Minas e Energia, de acordo com boletim atualizado nesta segunda (4). São 843 casos suspeitos e 260 considerados recuperados. Cinco trabalhadores morreram em decorrência da doença – Eletrobras (3), ANM (1) e CPRM (1).

A inadimplência no setor de distribuição de energia, em abril, subiu para 13,51%, contra 5,69% em março e média de 3,9% nos três primeiros meses do ano.

— Impacto total considerado pelo MME é de R$ 3,3 bilhões no setor, representado pela demanda menor e inadimplência atribuída à crise. Informação de 51 concessionárias enviada ao MME – EDP ES e EDP SP não informaram.

Demanda por energia foi 15% menor em 3/5 (domingo) em relação à curva típica e recuou 2,72% em relação à semana anterior.

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