Liquigás: quem foi contra a compra pela Ultragaz

Liquigás: quem foi contra a compra pela Ultragaz

 

O Cade vetou em fevereiro a compra da Liquigás, empresa 100% Petrobras, pela Ultragaz, empresa do Grupo Ultra. A operação, avaliada em R$ 2,8 bilhões, fazia parte do Plano de Desinvestimentos e Parcerias da Petrobras

Em agosto do ano passado, a área técnica do Cade concluiu que operação traz preocupações concorrenciais, tanto para o mercado de granel quanto para o de envasado. “Todas as metodologias apontam aumentos de preços após consideradas eficiências. Ademais, a evolução da lucratividade das requerentes indica presença de poder de mercado, dado que foi crescente e superior à evolução dos custos. Mais ainda, quando avaliado à luz da estabilidade de market shares, essa evolução indica tratar-se de mercado com baixa rivalidade entre as principais empresas”diz nota técnica assinada pelo Economista-Chefe do Cade, Guilherme Mendes Resende, e o coordenador Ricardo Medeiros de Castro.

Os dois técnicos apontam também que há preocupações já que mercado de GLP já foi alvo de investigações e de condenações por cartel. “A união das duas maiores concorrentes deste mercado diminui custos de coordenação, em mercado com condições apriorísticas já propícias para tal prática”, diz a nota, que foi feita antes das empresas apresentarem remédios para a operação.

Em quem é contra a operação?

Supergasbras

A Supergasbras entende que a operação traz prejuízos consideráveis também ao mercado a granel. Aponta como causas a a impossibilidade de intercambialidade entre GLP e gás natural no mercado granel, devido à não existência e dificuldade de construção e ampliação da infraestrutura necessária ao acesso ao gás natural e a existência de barreiras à entrada no mercado a granel, o que faz com que eventuais remédios neste mercado ainda sejam insuficientes para garantir a concorrência pós transação.

Nacional Gas Butano

A Nacional Gás Butano pediu ao Cade a reprovação da operação. Segundo a empresa, em manifestação pública, operação gerará elevadíssimas participações de mercado em praticamente todos os estados do Brasil, tanto no segmento de distribuição de GLP envasado quanto no de GLP a granel, além da criação de um monopólio no mercado de distribuição de GLP propelente no território brasileiro e de prováveis danos irreversíveis à estrutura competitiva dos respectivos mercados, bem como aos consumidores.

Copagaz 

A distribuidora de gás Copagaz pede que a operação não seja aprovada da forma que foi proposta pela Petrobras e Grupo Ultra. Ressalta que os problemas concorrenciais existentes na operação são decorrentes, unicamente, das altas participações de mercado previamente detidos pela Ultraaz. “Assim, não cabe ao CADE, nem aos terceiros, resolver os impactos ngativos do Ato de Concentração, que deveriam ter disso sobrepesados e solucionados, upftont, pela UItragaz. Não por outra razão, entende a Copagaz que a Operação não deve ser aprovada nos termos propostos”, diz a empresa. 

Aepet

A Associação dos Engenheiros da Petrobras diz que a aprovação da operação trará prejuízos irreversíveis ao setor. A manutenção da verticalização autorizada pela ANP corrobora o poder econômico do oligopólio das distribuidoras, servindo também como reforço estratégico para a imposição de contratos de bandeiramento aos revendedores de GLP por mais 360 (trezentos e sessenta) dias, diz a entidade.

Sintramic/MG

O sindicato pede a impugnação da compra da distribuidora pois sua aquisição em junho/2004 teve como premissa básica a “integração total do sistema Petrobrás a distribuição de combustíveis, e em particular o GLP, um bem essencial, voltado para as camadas da sociedade de baixa renda, cumprindo assim o interesse público e a função social”. A Liquigás é a única distribuidora de GLP que vai a todos os rincões deste país levar O GÁS para produção de alimentos o que em caso de venda, este abastecimento se mostra ameaçado por uma gestão privada ou ainda concentrada.