Programa social para gás de cozinha avança na Câmara dos Deputados

Programa social para gás de cozinha avança na Câmara dos Deputados
Programa social para gás de cozinha avança na Câmara dos Deputados

BRASÍLIA – Deputados federais ligados ao setor de petróleo e gás aprovaram este mês, por unanimidade, a urgência de um dos projetos de lei que pretende criar um auxílio para o gás de cozinha.

A proposta de autoria de Carlos Zarattini (PT/SP) deve ser relatada por Christino Áureo (PP/RJ), do partido que compõe a base aliada do governo e também é autor de outra proposta para o GLP.

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“Eu discordo da política de preços inteira, não tem sentido a paridade internacional para o gás de cozinha. Mas precisamos resolver isso para as famílias de baixa renda”, diz Zarattini.

O texto original do petista prevê que parte dos royalties de petróleo destinados à União e do montante arrecadado com a CIDE possa ser usado para descontar o valor do GLP para famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com renda de até meio salário mínimo.

Pelos dados de abril do Ministério da Cidadania, o programa com esse recorte poderia beneficiar cerca de 23,5 milhões de famílias de baixa renda.

Deputado federal Carlos Zarattini (PT/SP), durante coletiva de imprensa da oposição na Câmara (Cléia Viana)
Deputado federal Carlos Zarattini (PT/SP), durante coletiva de imprensa da oposição na Câmara (Cléia Viana)

“Criamos duas fontes intrinsecamente ligadas à produção de petróleo e gás, que tem aumento de arrecadação com aumento do preço. Se eles [governo] querem fazer ou não, estamos autorizando a fonte. Nossa parte nós estamos fazendo”, afirma Zarattini.

A proposta de Zarattini prevê o pagamento por meio de cartão magnético e que possa ser usado apenas em revendas autorizadas pela ANP, como forma de coibir a venda ilegal dos botijões.

Caberá ao governo propor um desenho para o programa e qual parcela da arrecadação será empenhada.

A expectativa é que a matéria possa ser votada no plenário da Câmara já em agosto, após o recesso.

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Christino Áureo, cotado para assumir a relatoria, defende a criação de um programa permanente, diferente do que vem sendo feito com o auxílio emergencial, que é momentâneo para a pandemia.

Há dezenas de projetos na Câmara dos Deputados sobre preço e acesso ao GLP para consumidores carentes.

“É uma possibilidade de dar suporte a boa parte da população vulnerável após o fim dos auxílios, à medida que a vacinação avança”, diz.

Christino Áureo (PP/RJ) propõe a criação do programa Gas Social (Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)
Christino Áureo (PP/RJ) propõe a criação do programa Gas Social (Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

À epbr, Christino Áureo diz ver espaço para um relatório final que possa unir soluções diferentes para o problema.

Áureo propõe a criação do Gás Social: usar a CIDE para bancar metade do preço do botijão para famílias inscritas no CadÚnico por meio de convênios do Ministério da Cidadania com revendedores – semelhante ao que tem feito os estados do Maranhão e Ceará.

“É uma cesta de possibilidades cujo objetivo final é uma política pública mais certeira, mais bem direcionada”, explicou.

O esforço, segundo o deputado, é tornar o desconto significativo para as famílias de baixa renda.

“Hoje o governo abre mão de cerca de R$ 1,2 bilhão do PIS/COFINS, mas isso representa no valor final R$ 2,18 de desconto no botijão. Não é absolutamente representativo para ninguém”, completou.

Atualmente, mais de 15 matérias tramitam no Congresso Nacional propondo desde um fundo estabilizador para os preços do GLP como programas para subsidiar o valor do energético e até o tabelamento dos preços do gás.

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