Energia

Preços de hidrogênio vão acompanhar gás natural em breve, diz presidente da Petrobras

Jean Paul Prates afirma que investimento em transição energética vai garantir longevidade da companhia

Jean Paul Prates (PT/RN), CEO da Petrobras, durante um evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, em 28/9/23 (Foto: Agência Petrobras)
Sobre a Foz do Amazonas, Prates afirma ser possível usar os recursos do petróleo para financiar a preservação da floresta (Foto: Agência Petrobras)

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates (PT/RN), afirmou nesta quinta-feira (28/9) que, em breve, os preços do hidrogênio vão “andar junto” com os de gás natural. Ele falou durante um evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (28/9).

“Logo, logo teremos um preço [do hidrogênio] que, a meu ver, será próximo, andará junto com o gás natural”, disse o executivo.

“Portanto, já é possível vislumbrar alguns projetos e fazer cálculos. Não é verdade que é impossível hoje analisar projetos. É perfeitamente factível, claro, com uma margem de erro maior, mas é possível.”

Prates reforçou que o objetivo ao investir em tecnologias de transição energética, como hidrogênio, eólicas offshore e captura e armazenamento de carbono (CCUS), é garantir a longevidade da companhia. Ele ressaltou que a Petrobras vai destinar de 6% a 15% do investimento total até 2028 em projetos de baixo carbono.

Eólica offshore só depende de cessão de áreas

Ele afirmou que o que impede hoje o avanço dos projetos de eólicas offshore no país é a falta de uma lei que regule a cessão de áreas.

Prates foi autor do projeto de lei 576/2021, que trata da geração eólica offshore, quando era senador, antes de assumir como CEO da petroleira. Há expectativa no mercado de que o projeto seja aprovado no Congresso até o final de 2023.

O executivo destacou que as estruturas para gerar energia eólica no mar são mais simples do que aquelas usadas para a produção do pré-sal.

“Felizmente para a humanidade, captar vento no mar é muito mais simples do que buscar petróleo no pré-sal”, afirmou

“São estruturas muito mais simples. Mas, é claro, dá trabalho, tem uma escala, tem um processo ambiental também, tem uma interação com as comunidades”, acrescentou.

Segundo o executivo, a Petrobras vai avaliar também os segmentos de armazenamento, baterias e minerais críticos.

A segunda temporada do Diálogos da Transição da agência epbr discutiu os investimentos, perspectivas e novas tecnologias para eólica offshore e hidrogênio. Confira todos os debates no canal da epbr no Youtube.

Saiba mais:

‘Margem Equatorial ajuda a preservar Amazônia’

Prates disse ainda que a exploração na Margem Equatorial não é dissonante com os investimentos da companhia em projetos de baixo carbono.

Ele destacou que a atuação da empresa na região vai se dar no mar, fora da Floresta Amazônica, e que acredita que é possível mitigar os impactos das operações. Para o CEO, é possível usar os recursos do petróleo para ajudar a gerar recursos para a preservação da floresta.

“Ajuda a Amazônia a se conservar, com royalties, participações governamentais, com o movimento na economia e com empregos” disse.

A região está no centro da discussão, a partir da tentativa da Petrobras, até agora negada pelo Ibama, de iniciar a campanha de perfuração de poços na bacia da Foz do Amazonas. O bloco FZA-M-59 foi leiloado em 2013 pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na 11ª Rodada de concessões.