Gás Natural

PPSA buscará mais opções de compradores para o gás da União em 2024, diz Tabita

Hoje, todo o volume de gás da União é comercializado diretamente com a Petrobras

RIO – A Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) pretende começar em 2024 a vender a parcela de gás natural que cabe à União nos contratos de partilha no Sistema Integrado de Processamento (SIP), afirmou nesta quarta (22/11) a presidente interina da estatal, Tabita Loureiro.

A iniciativa permitiria que outras empresas comprem a molécula da estatal. Hoje, todo gás da União é comercializado diretamente com a Petrobras, na própria plataforma, mas o plano da PPSA, segundo Loureiro, é “avançar um pouco” e “tentar pelo menos ultrapassar o SIE [a infraestrutura de escoamento]” — o que significa vender o gás nas unidades de processamento.

“Se hoje a gente vende o nosso gás, a molécula aqui no FPSO [na plataforma, diretamente para a Petrobras], com 3 milhões de m3/dia [de produção de gás no regime de partilha], a gente precisa acessar o sistema de escoamento, precisa acessar o sistema de processamento e entregar minimamente aqui [no processamento] para o mercado e para a indústria como um todo”, comentou Tabita Loureiro, ao apresentar o estudo “Estimativa de Resultados nos Contratos de Partilha da Produção” durante o 6º Fórum Técnico da PPSA, no Rio de Janeiro (veja a íntegra da apresentação acima).

Loureiro afirmou à agência epbr que o modelo da comercialização no SIP ainda está sendo discutido com o Ministério de Minas e Energia.

A ideia é que a produção de campos que geram pequenos volumes de gás para a União continue sendo comercializada diretamente com a Petrobras.

Produção de gás da União deve atingir pico em 2029

O SIP reúne as unidades de processamento de gás da Petrobras no eixo Rio-São Paulo: a UTGCA (Caraguatatuba/SP), a UTGCAB (Cabiúnas/RJ) e a futura UTGITB (Gaslub/RJ).

Os ativos estão disponíveis para uso compartilhado com outras companhias. Dentre as empresas que têm acesso ao sistema estão a Petrogal, Shell e a CNOOC

A previsão da PPSA é que a produção de gás natural dos contratos de partilha totalize cerca de 3,3 milhões de m3/dia em 2024 – dos quais cerca de 200 mil m3/dia cabem à União.

Esses volumes são crescentes: a previsão é que, no pico, a parcela de gás da União atinja os 3,5 milhões de m3/dia em 2029.

A previsão da PPSA é que, nos próximos dez anos, a receita gerada pela comercialização do gás da União totalize R$ 4 bilhões.

“Estamos aguardando as diretrizes das políticas públicas que serão endereçadas a esses 3 milhões de m3/dia de gás natural”, afirmou Tabita Loureiro.

O governo federal está debruçado, neste momento, sobre a estruturação do Gás para Empregar – um programa que promete ofertar gás natural a preços competitivos.

A ideia é aumentar a parcela de gás da União, disponível para políticas públicas, por meio da permuta (swap) de óleo da União por volumes adicionais de gás a serem ofertados em leilões de longo prazo.

Produção de petróleo e investimentos

O gás natural, no entanto, vai responder por uma parcela pequena da produção dos contratos de partilha, que deve atingir pico 2,3 milhões de barris de petróleo por dia em 2029. Já a parcela do óleo da União pode chegar a 920 mil barris por dia em 2031.

Em dez anos, a produção acumulada pode atingir 6,5 bilhões de barris, sendo 1,3 bilhão de barris destinados à União até 2033, segundo estimativas da PPSA detalhadas na apresentação de Tabita Loureiro durante o 6º Fórum Técnico da PPSA.

Com as projeções vigentes para o preço do óleo, a receita da comercialização, pela PPSA, pode atingir R$ 462 bilhões no período, além de R$ 373 bilhões em royalties e R$ 315 bilhões, em tributos federais.

A expectativa é que o desenvolvimento dos contratos de partilha demande a contratação de 18 plataformas de produção (FPSOs) de até 225 mil barris/por dia de capacidade até 2033

Confira a cobertura da epbr no 6º Fórum Técnico da PPSA