Combustíveis e Bioenergia

PPSA contratará consultoria para estudar como priorizar venda de óleo da União para refino nacional

Estatal segue orientação do CNPE, de março

Petrobras retoma privatização das refinarias em novo momento do mercado. Na imagem: Refinaria Gabriel Passos (Regap) (Foto: Washington Alves/Agência Petrobras)
Refinaria Gabriel Passos (Regap) (Foto: Washington Alves/Agência Petrobras)

RIO — A Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) publicou nesta terça (30/5) edital para a contratação de uma consultoria de refino. A empresa vencedora deverá apresentar estudos sobre a viabilidade técnica e econômica de mecanismos que priorizem o abastecimento nacional de combustíveis, na comercialização do petróleo que cabe à União nos contratos de partilha.

A estatal segue a orientação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Em março, na primeira reunião do colegiado no governo Lula, o CNPE decidiu que a PPSA deveria apresentar, em 180 dias, os estudos de viabilidade para priorizar o mercado doméstico, na comercialização de seus recursos.

A sessão pública da licitação está prevista para 12 de junho. Conforme o edital, a consultoria contratada deverá elaborar, em até 90 dias, um relatório sobre mecanismos de se agregar valor ao petróleo da União.

Dentre as alternativas a serem estudadas, estão os contratos tradicionais de compra e venda para refino de petróleo da União e armazenamento e/ou comercialização de derivados; e os contratos de serviços de refino e de armazenamento de petróleo e derivados (“tolling”) – aqueles nos quais o refinador cobra por um serviço de processamento.

A consultoria deverá apresentar experiências internacionais semelhantes; descrever modelos de negócio para cada mecanismo apresentado; e identificar potenciais negócios sob a ótica nacional e regional.
A empresa também deve elaborar relatório técnico sobre viabilidade econômica dos mecanismos identificados.

Governo quer ampliar capacidade de refino nacional

O governo Lula tem sinalizado a intenção de ampliar a capacidade de refino nacional, dentro de uma pauta de substituição de importações.

O governo pretende direcionar, assim, o óleo que cabe à União nos contratos de partilha para o refino nacional. Atualmente, todo o petróleo da União é vendido em sua forma bruta, em leilões.

Embora a Petrobras tenha contratado a maior parte dos volumes leiloados pela PPSA, não há garantias, hoje, de que esses barris tenham como destino o mercado doméstico.

O objetivo, segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, é agregar valor ao petróleo da União por meio da venda de produtos refinados e fortalecer o mercado nacional.

“Queremos que o petróleo e o gás natural da União, provenientes dos contratos de partilha de produção, promovam a industrialização do Brasil e garantam a segurança no abastecimento nacional de energia, insumos petrolíferos, dos fertilizantes nitrogenados e de outros produtos químicos, reduzindo a dependência externa, e valorizando o conteúdo local. As nossas empresas precisam priorizar o abastecimento nacional. É isso que vamos buscar”, afirmou Silveira, ao anunciar as novas diretrizes do CNPE, em março.