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Ponta Grossa testa ônibus a GNV no transporte público

Parceria Compagas e Scania propõe substituição de veículos a diesel em cidades do Paraná

Ônibus a GNV (e biometano) para transporte urbano, modelo padron K 280 fabricado pela Scania, circula para testes em Ponta Grossa, no Paraná (Foto: Prefeitura de Ponta Grossa/PR)
Cidade no Paraná testa ônibus a GNV (Foto: Prefeitura de Ponta Grossa/PR)

BRASÍLIA – O município de Ponta Grossa, no Paraná, começou a testar nesta terça (1/8) a viabilidade de integrar ônibus movidos a gás natural no transporte público.

A inciativa é parte de um programa de mobilidade urbana desenhado pela Compagas (distribuidora de gás do Paraná) e pela fabricante de ônibus Scania. O objetivo é certificar indicadores de eficiência como redução de emissões e gastos com combustível.

O ônibus 100% a gás natural veicular (GNV) ficará em circulação por 30 dias. Ponta Grossa é a quarta cidade paranaense a receber o projeto, que começou pela Região Metropolitana de Curitiba e seguiu para a própria capital. Em junho, o mesmo veículo começou a circular por Londrina abastecido com biometano.

“Em Curitiba, a competitividade do GNV frente ao diesel foi maior, garantindo uma redução de custos de operação em cerca de 10%, já a emissão de poluentes foi 20% menor”, conta o CEO da Compagas, Rafael Lamastra Jr.

O ônibus em demonstração percorrerá diferentes linhas, com capacidade para 90 passageiros. Ele se somará frota da Viação Campos Gerais (VCG) e vai operar de segunda a sábado, entre os horários dos ônibus convencionais que passam pelos Terminais Nova Rússia, Uvaranas, Central e Oficinas.

De acordo com a Compagás, mesmo sendo de origem fóssil, o gás natural é menos poluente que os combustíveis líquidos em razão de sua queima mais limpa, com menos fuligem e menor geração de CO2.

Em comparação com o diesel, o veículo movido a gás natural pode emitir até 20% menos CO2, já a redução de óxidos de nitrogênio (NOx) é de quase 90% e a de material particulado (partículas muito finas de sólidos ou líquidos poluentes) chega a 85%, calcula a empresa.

“Estamos comprovando com nossas demonstrações a viabilidade do ônibus a gás como solução para uma mobilidade mais sustentável. Precisamos de outras fontes de energia para não termos mais a matriz 100% diesel”, defende Celso Mendonça, gerente de Vendas de Soluções para Mobilidade da Scania Operações Comerciais Brasil.

Ficha técnica

O modelo fabricado pela Scania é o padron K 280, com 14 metros de comprimento e capacidade para 86 passageiros, além de ser equipado com elevador para acessibilidade e espaço interno para cadeirantes.

O modelo K 280 4×2 tem propulsor de 280 cavalos de potência. Seu motor é Ciclo Otto (o mesmo dos veículos leves a gasolina e etanol) e movido 100% a gás e biometano, ou mistura de ambos.

Mesmo não sendo um modelo convertido do diesel para o gás, a Scania garante que o desempenho é consistente e a força é semelhante aos modelos diesel, com a vantagem de ser mais silencioso.

Para a montadora, neste momento, a tecnologia a gás é a ideal para o ‘aqui e agora’, nos três pilares sustentáveis: econômico, social e ambiental. Para o ônibus em teste, foram instalados oito cilindros de gás na lateral dianteira com uma autonomia de 300 km.