Chegou nesta quinta-feira (19/10) ao Senado Federal a mensagem presidencial que indica o superintendente de Exploração da ANP, Dirceu Amorelli, para ocupar a vaga na diretoria da agência aberta com a saída de Waldyr Barroso, no último dia 29. A mensagem foi imediatamente para a Comissão de Serviços de Infraestrutura, presidida pelo ex-ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, que também será relator da matéria.
Mas quem é o indicado ?
Dirceu Amorelli é engenheiro mecânico, mestre em ciência econômica pelo Ibmec e doutor em planejamento energético pela UFRJ. É também especialista em engenharia de petróleo pela Unicamp.
O indicado para a diretoria da ANP chegou na agência em 2005, quando trabalhou na análise e aprovação das parcelas compensatórias dos reajustes de preços do gás natural para o Programa Prioritário de Termoeletricidade (PPT). Na época do racionamento de energia, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, o PPT foi criado para aumentar a capacidade de geração de energia em mais de 15 GW. O programa inicialmente contemplava 55 usinas, com capacidade total de 19,4 MW, sendo 91% de térmicas a gás natural e 9% de outros combustíveis.
Em 2007, migrou para a Superintendência de Promoção de Licitações, onde participou da criação da Coordenadora de Conteúdo Local. A área é hoje responsável pela análises dos pedidos de isenção de conteúdo local, como foi feito pelo consórcio Libra para o FPSO que será instalado na área da partilha de produção. A ANP acabou vetando parcialmente o pedido encabeçado pela Petrobras.
Amorelli virou surpreendente da ANP em 2009, durante a gestão de Haroldo Lima. Trabalhou na elaboração do Plano Nacional do Etanol e também no Plano do Biodiesel. Coordenou e presidiu 12 leilões de biodiesel da ANP.
Nessa época, Amorelli foi investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro por suposto favorecimento ao empresário Ricardo Magro, ex-advogado de Eduardo Cunha e dono da Refinaria de Manguinhos, por favorecimento em uma aprovação na agência. Nada foi comprovado contra ele, que acabou deixando o comando da superintendência em 2012 para ser assessor da então diretora Magda Chambriard.
Nessa época integrou o comitê técnico-operativo do Programa de Estímulo à Competitividade da Cadeia Produtiva, ao Desenvolvimento e ao Aprimoramento de Fornecedores do Setor de Petróleo e Gás Natural (Pedefor). Ficou como assessor da diretoria até 2016, quando assumiu a superintendência ajunta de Desenvolvimento e Produção. Em fevereiro deste ano, foi nomeado superintendente de Dados Técnicos e, em movimento que surpreendeu técnicos da agência, no mesmo mês foi transferido para área de Exploração.
“Atuei na área de projetos especiais em questões econômicas e de engenharia ligadas ao edital e aos contratos de licitação e formatação do leilão de blocos exploratório”, diz a carta de apresentação enviada pelo próprio candidato na mensagem presidencial.
A indicação agora aguarda o relatório do senador Eduardo Braga para ser agendada a sabatina de Dirceu Amorelli.