QAV fica fora do RenovaBio e CNPE aprova Grupo de Trabalho

Na imagem: Homem branco conecta, à parte de baixo de aeronave, mangueira para abastecimento de aeronave com SAF, biocombustível de aviação (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Voo sustentável decola do Rio para Brasília (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Voo sustentável decola do Rio para Brasília. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Um acordo fechado na reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) realizada na última terça-feira (5/6) deixará de fora das metas do RenovaBio o Querosene de Aviação (QAV). O acordo prevê a criação de um Grupo de Trabalho para estudar incentivos para induzir a produção de Bioquerosene de Aviação (BioQav) no país.

A E&P Brasil mostrou essa semana que  companhias aéreas que operam no país pediram a exclusão do QAV do programa. Gol, Latam, Avianca, além da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABear) e a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) alegaram baixo desenvolvimento do mercado.

A Iata alega ainda que o RenovaBio, conforme apresentado originalmente, considera o subsídio de combustíveis alternativos usados para a aviação, aumentando significativamente o custo do combustível de aviação tradicional – já entre os mais altos da região. “O custo mais elevado do combustível terá um impacto adverso no crescimento da aviação, o que acaba por atrasar o desenvolvimento econômico e social. O plano também corre o risco de enfrentar desafios operacionais críticos, que provavelmente exigirão investimentos adicionais para o desenvolvimento de nova infraestrutura”, diz a entidade.

No último dia 5, o presidente Michel Temer aprovou as metas anuais de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa para os próximos dez anos.

Tabela das metas de emissão de carbono

Ano 2018

(a partir de24/06/18)

2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028
Intensidade de Carbono (IC) Projetada(gCO2/MJ) 73,55 73,51 72,83 72,55 72,34 71,81 70,62 69,49 68,39 67,49 66,75
Redução da IC Pretendida

1,0% 1,9% 2,3% 2,5% 3,3% 4,9% 6,4% 7,9% 9,1% 10,1%

“Vamos reduzir de 11,5% para 7% a dependência externa de combustíveis. O Brasil estará menos exposto à variação internacional do preço do petróleo e às flutuações cambiais. Portanto, quem sabe, num futuro muito próximo, consigamos evitar acontecimentos como este que se verificou na semana passada”, disse o presidente, referindo-se a greve dos caminhoneiros, deflagrada por conta dos elevados preços do diesel. O movimento provocou uma crise no abastecimento no país, inclusive com falta de combustíveis e longas filas em postos.