Produtores independentes pedem ao governo Bolsonaro aceleração no desinvestimento da Petrobras

Revitalização da indústria onshore no Brasil é a principal pauta do III Fórum Onshore Potiguar. Foto: Michelle Hervé
Revitalização da indústria onshore no Brasil é a principal pauta do III Fórum Onshore Potiguar. Foto: Michelle Hervé
Revitalização da indústria onshore no Brasil é a principal pauta do III Fórum Onshore Potiguar. Foto: Michelle Hervé

MOSSORÓ (RN) – Os produtores independentes de petróleo e gás natural vão pedir ao governo Jair Bolsonaro, na próxima sexta-feira (30), celeridade no desinvestimento da Petrobras em projetos de onshore, o chamado Projeto Topázio, lançado pela empresa em 2016 e até esta quarta-feira sem nenhuma definição anunciada.

Este é o principal pleito que será levado por representantes da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abipip) em um encontro com membros da equipe de transição no Ministério de Minas e Energia (MME).

A manutenção do Programa de Revitalização das Atividades de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres (REATE) e a ampliação das discussões sobre projetos não convencionais fecham as principais demandas que serão levadas ao novo governo, antecipa Anabal dos Santos Jr, secretário executivo da Abpip, que participou nesta terça-feira do III Fórum Onshore Potiguar, em Mossoró.

A estatal tem hoje 69 campos à venda nos estados da Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará e Sergipe, projeto de desinvestimento lançado pela empresa em outubro de 2015 e que até o momento não tem nenhuma área vendida. Neste três anos, com a paralisação dos investimentos pela empresa, o nível da atividade é o menor de indústria no país, a produção vem declinando, reduzindo royalties, impostos e geração de emprego e renda.

A Petrobras está vendendo os campos em oito polos, três em Sergipe, dois no Rio Grande do Norte, dois na Bahia e um no Ceará. A Petrobras é operadora de todas as concessões, com 100% de participação, à exceção de cinco campos. Em Cardeal e Colibri, a estatal detém 50% e a operadora é a Partex, com 50%. Nos campos de Sabiá da Mata e Sabiá Bico-de-Osso, a estatal tem 70% e a operadora é a Sonangol, com 30%. Em Sanhaçu, a Petrogal detém 50%.

A saída da Petrobras dos projetos de produção onshore no país é vista por grande parte do setor como fundamental para o desenvolvimento do segmento. Até mesmo para dar atratividade para investimentos exploratórios, que dependem de empresas com fluxo de caixa que só é gerado a partir da produção de petróleo e/u gás natural.

Maior produtora do país e operadora dos grandes campos do pré-sal, a Petrobras carrega também um estoque de projetos em diferentes níveis de inatividade: campos que não produzem mais, ativos de exploração que pararam de receber investimentos e até descobertas cujo desenvolvimento saiu do plano de negócios, atualizado anualmente

A decisão da ANP de forçar o desinvestimento da Petrobras em áreas da Rodada Zero, obrigando a empresa a apresentar um novo plano de desenvolvimento com horizonte além de 2025, também é vista como medida que pode gerar bastante interesse no mercado e fomentar novos operadores, que é saída apontada por todos para a revitalização da produção terrestres.

O atual governo já está transmitindo ao futuro governo a mensagem da importância da manutenção do Reate, disse a Analista de Infraestrutura na Ministério de Minas e Energia, Karla Branquinho, que também participa do evento.