A presidente do Ibama, Suely Araújo, pediu exoneração do cargo nessa segunda-feira após o novo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, criticar um processo de locação de viaturas feito pelo Ibama no final no ano passado. Suely já deveria ser exonerada nesta semana. O procurador Eduardo Fortunato Bim foi escolhido para ser presidente do Ibama no novo governo.
No domingo, Salles criticou pelo Twitter o valor de R$ 28,7 milhões do contrato de locação de 393 caminhonetes para equipar a fiscalização do órgão em todo o território nacional onde estão incluídos os custos com combustível, manutenção e seguro.
A presidente do Ibama respondeu que a crítica demonstra desconhecimento sobre o órgão e pediu que o novo governo dedique “toda a atenção necessária às importantes tarefas a cargo do Ibama, e não a criar obstáculos à atuação da Autarquia.”
Após a resposta, Salles diminuiu o tom e afirmou, também pelo Twitter, não ter levantado suspeita sobre o contrato mas apenas questionado “seu valor elevado”.
A fala de Suely reforça as críticas de ambientalistas que acusam o novo governo de estar interessado no esvaziamento do órgão de fiscalização ambiental, responsável pelos processos de licenciamento também na área de energia.
Durante a eleição presidencial o Ibama foi envolvido em outra polêmica quando o então candidato Jair Bolsonaro afirmou que pretendia unificar os ministérios do Meio Ambiente e Agricultura com o intuito de agilizar os processos de licenciamento ambiental.
Na época, ambientalistas e até produtores rurais criticaram a proposta. O então ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, afirmou que apenas 1% dos processos de licenciamento ambiental tocados pelo Ibama envolvem o setor rural.
A substituição da presidente do Ibama já era esperada para os próximos dias. Dentro do Ibama a expectativa era que seu substituto fosse anunciado oficialmente nesta semana.